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Inovação

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SXSW: Tecnologia, ciência e mudanças no modelo de trabalho na visão dos brasileiros

Dilma Campos, CEO da Nossa Praia e B&P Partners, ao lado de Ligia Mello, trazem perspectivas enxergadas no SXSW que ressoam no público brasileiro!

Colunista Dilma Campos

Dilma Campos

11 de Março

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Artigo SXSW: Tecnologia, ciência e mudanças no modelo de trabalho na visão dos brasileiros

Todos os anos, o MIT Technology Review apresenta as 10 principais tecnologias inovadoras que vão impactar o mundo.

Em 2024, essa lista inclui a onipresente inteligência artificial em tudo (AI for everything), o headset que mescla elementos da Realidade Virtual com a Realidade Aumentada da Apple (Apple Vision Pro), e células de energia solar supereficientes, entre outros que você pode conferir clicando aqui.

Estive na palestra apresentada pela editora e CEO do MIT Technology Review, Elizabeth Bramson-Boudreau, e alguns temas e discussões trazidas na apresentação me despertaram o interesse de entender como os brasileiros recebem essas tendências.

Como expliquei nos artigos anteriores, com a parceria de Ligia Mello, sócia e CSO da Hibou, resolvemos repercutir as temáticas do SXSW no Brasil.

A partir dos temas que surgem aqui no SXSW, a Hibou realiza uma pesquisa via painel digital e, para este artigo, foram ouvidos 1.997 brasileiros maiores de 18 anos, de todas as classes sociais e gêneros, em uma pesquisa que tem 2,1% de margem de erro e 95% de intervalo de confiança, em 11 de março.

Em sua palestra, a CEO do MIT Technology Review falou que uma pesquisa do Pew Research Center, do final de 2023, revelou que o número de americanos que acreditam que a ciência não melhorou suas vidas nunca esteve tão alto. Como tivemos incríveis avanços recentes na ciência, como a vacina da Covid-19 produzida em tempo recorde, e o uso da tecnologia para o tratamento via edição genética, que pode curar doenças como a anemia falciforme, Elizabeth (e eu!) ficamos surpresas com esses resultados.

Resolvi entender se os brasileiros pensam da mesma maneira. E perguntamos a eles como percebem o impacto positivo da ciência em suas vidas. Diferentemente dos americanos, quase 8 em cada 10 brasileiros (74%) concordam que a ciência contribui positivamente com suas vidas, sendo que 35% concordam totalmente com a afirmação e 39% concordam parcialmente (imagem 1).

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É importante pontuar, porém, que a concepção do que é ciência para os brasileiros não é muito clara. Apresentamos a eles uma lista de 21 tópicos e pedimos que marcassem todos os que são considerados ciência. Entre as top 4 escolhas estão: vacina (82%), inteligência artificial (63%), ultrassom (62%) e raio-X (60%). Na imagem 2 abaixo revelamos todas as opções oferecidas na pesquisa.

É importante pontuar, porém, que a concepção do que é ciência para os brasileiros não é muito clara. Apresentamos a eles uma lista de 21 tópicos e pedimos que marcassem todos os que são considerados ciência. Entre as top 4 escolhas estão: vacina (82%), inteligência artificial (63%), ultrassom (62%) e raio-X (60%). Na imagem 2 abaixo revelamos todas as opções oferecidas na pesquisa.

Da ciência para a tecnologia, resolvemos entender o quanto os dispositivos inteligentes que estão inundando o mercado norte-americano encontram aderência no mercado brasileiro. Percebemos que, para um pouco mais da metade dos brasileiros, a tecnologia não está no radar de consumo nos próximos três anos, sendo que 17% não se veem adquirindo produtos inteligentes para a casa (imagem 3).

a tecnologia não está no radar de consumo

A digitalização, o uso de tecnologias e o surgimento de novas modalidades de trabalho (home office, remoto) durante a pandemia mudaram significativamente o modo que trabalhamos. Aqui no SXSW, a inteligência artificial vem causando muita polêmica nos painéis, devido ao impacto nas empresas.

Para a maioria dos brasileiros, no entanto, a mudança na forma de trabalho já aconteceu: 50% acreditam que o modelo mudou muito em todos os setores nos últimos 20 anos e 31% que mudou muito em alguns setores e quase nada em outros. Em relação ao futuro, a maioria (81%) aponta que a forma de trabalho ficará ainda mais digital e conectada, com inteligência artificial em tempo real (imagem 4).

forma de trabalho ficará ainda mais digital e conectada

Durante a apresentação de Elizabeth, ela disse que é grata pela MIT Technology Review ter o patrocínio do MIT, o que garante a longevidade da publicação. Em uma era em que a publicidade está sendo engolida por grandes empresas de tecnologia como Meta e YouTube, empresas de comunicação, jornais e outras mídias estão enfrentando uma grande crise e o modelo de cobrar o conteúdo dos usuários ainda é bastante polêmico.

O que pensam os brasileiros sobre isso?

Quando o conteúdo é de interesse, eles estão dispostos a pagar por isso: 73% dos brasileiros pagaram por algum conteúdo pessoal na Internet no último ano. Serviços de streaming (71%), conteúdo esportivo (44%), Música (42%) e Games (41%) estão no topo do ranking. A maioria (80%) compra pontualmente os serviços, quando tem algo que interessa, mas há espaço também para assinaturas mensais (68%) e recorrentes (44%).

Entre os fatores de maior confiança para a compra de um conteúdo estão a aderência do assunto e a existência de um ambiente seguro para a compra (56%) e a qualidade da oferta de serviço ou conteúdo (55%) imagem 5.

aderência do assunto e a existência de um ambiente seguro para a compra

Com os resultados dessa pesquisa, observamos que em alguns assuntos os brasileiros pensam totalmente diferentes dos norte-americanos, como no impacto da ciência em suas vidas, e em outros existe um timming diferente para a aderência, como no caso da adoção de tecnologias inteligentes.

Trouxe aqui alguns insights que revelam a realidade brasileira para as tendências globais anunciada aqui no SXSW. Essas pesquisas podem ser ainda mais detalhadas, caso alguma marca tenha interesse em se aprofundar em qualquer desses aspectos, para definir com mais propriedade sua estratégia local.

No próximo artigo, vamos repercutir a palestra de Amy Webb junto aos brasileiros. Continue nos acompanhando por aqui!

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Colunista

Colunista Dilma Campos

Dilma Campos

CEO e Partner da Nossa Praia e Head de ESG da BPartners.co Conselheira da Universidade São Judas, 99 jobs, Ampro – Associação de Marketing Promocional, São Paulo Companhia de Dança e Solum Capital.

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