fb-embed

Diversidade

3 min de leitura

Reservado para a cadeira feminina

As recentes eleições para a renovação das presidências da Câmara e Senado mostraram a necessidade de reforçarmos o papel feminino em espaços políticos

Colunista Elisa Rosenthal

Elisa Rosenthal

12 de Fevereiro

Compartilhar:
Artigo Reservado para a cadeira feminina

Considerada favorita, Simone Tebet (MDB-MS), que concorreu à presidência do Senado Federal, perdeu para o atual presidente eleito Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Ainda em fevereiro, a bancada feminina da Casa levou uma reivindicação ao novo presidente com o pedido de uma cadeira feminina nas reuniões de líderes. As mulheres representam 15% do Senado, com 12 parlamentares.

Quando olhamos para a representatividade em conselhos de empresas, uma pesquisa de 2020 da Spencer Stuart, o Board Index 2020, mostra que apenas 11,5% das posições em conselhos das empresas abertas brasileiras são ocupadas por mulheres. Se considerarmos apenas titulares (e não suplentes) a fatia de presença feminina cai para 9,3%.

Quando entrevistei a presidente do Instituto Liberta (e filha do ex-presidente da República), Luciana Temer, para o meu podcast Vieses Femininos (episódio 58), ela reforçou a importância de fazermos política. 

“É participar de decisões”, afirmou. "Fazer política é viver na sociedade. Ninguém vive fora da política (…) em sentido amplo, é a ordem das coisas na sociedade (…) é como é que você vive em comunidade", acrescentou Luciana Temer.

Redefinir a política: a tomada de decisão feminina

Para falar sobre o papel da mulher na política é preciso ressignificar o que é política e como a praticamos no dia a dia.

Substantivo feminino, uma palavra que representa a orientação de métodos e práticas da arte de governar, também rege os princípios e opiniões. Ainda pelo sentido figurado, refere-se a "astúcia a fim de se obter algo", segundo definição do Dicionário Michaelis.

Enquanto a presença feminina nas mesas de decisões ainda necessita de um requerimento, quase que uma permissão para existir (como a reivindicação da bancada feminina do Senado) e não uma premissa, precisaremos falar sobre o tema.

ESG e indicadores de pontuação

Uma força aliada que recebemos no contexto atual vem da sigla ESG, amplamente abordada pela edição 143 da Revista HSM. O termo, que vem do inglês Environmental, Social, and Governance (Governança socioambiental), está carregado de significados e atitudes que serão sentidos não só no dia a dia corporativo, como no fluxo de caixa, na reputação das empresas e na representatividade feminina em espaços de decisões.

Em um anúncio feito pela principal empresa de dados para o mercado financeiro, a Bloomberg, o seu mais recente índice de igualdade de gênero, o Gender Equality Index (GEI), segue as movimentações do mercado por transparência de informações relacionadas à governança socioambiental, quem não se adaptar será substituído.

Por exemplo, para uma empresa pontuar no GEI, os fatores avaliados seguem critérios como o compromisso em atrair, reter e desenvolver mulheres para posições de liderança, a igualdade de remuneração e paridade salarial de gênero, políticas de assédio sexual e posicionamento de marca pró-mulheres.

Como os exemplos trazidos aqui, da requisição da participação feminina nas reuniões de liderança do Senado, e o indicador de pontuação do mercado financeiro, precisamos reservar o espaço da cadeira feminina. 

Quando esse lugar – que não só físico, mas também simbólico, ou seja, representativo e cultural –  existir, e persistir, será ocupado pelas tantas mulheres que estão à frente dos movimentos e entidades que representam nossa participação nas decisões e no exercício da política.

Compartilhar:

Autoria

Colunista Elisa Rosenthal

Elisa Rosenthal

Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Artigos relacionados

Imagem de capa "Não permita que te prendam nem se aprisione no mundo da anormalidade", destaca Advisor da CAF em entrevista com Djalma Scartezini, colunista da HSM Management

Diversidade

26 Junho | 2024

"Não permita que te prendam nem se aprisione no mundo da anormalidade", destaca Advisor da CAF em entrevista com Djalma Scartezini, colunista da HSM Management

Neste mês, Djalma Scartezini trouxe uma entrevista riquíssima que produziu com Raquel Coimbra, LATAM Advisor Network Coordinator da CAF, sobre parentalidade atípica. Com sensibilidade e compreensão, é aqui que você entende um pouco desta realização que muitas vezes não passa pelo nosso entendimento cotidiano.

Djalma Scartezini

10 min de leitura

Imagem de capa É possível manter diferentes gerações em sintonia no ambiente corporativo

Gestão de pessoas

25 Junho | 2024

É possível manter diferentes gerações em sintonia no ambiente corporativo

Gerir eficazmente essas diferenças é crucial para evitar conflitos e fomentar um ambiente de trabalho dinâmico e inovador. Aproveitar as forças únicas de cada geração é a chave para o sucesso e sustentabilidade no mercado competitivo. Sua equipe está explorando todo esse potencial?

Juliana Dorigo

4 min de leitura

Imagem de capa Um olhar sobre o futuro  da juventude brasileira é  um olhar sobre propósito

Diversidade

25 Junho | 2024

Um olhar sobre o futuro da juventude brasileira é um olhar sobre propósito

Afinal, em qual lugar você está na fila do Fim do Mundo?

Gustavo Rosa

2 min de leitura

Imagem de capa As alegrias e aprendizados de liderar uma equipe composta majoritariamente por mulheres

Gestão de pessoas

18 Junho | 2024

As alegrias e aprendizados de liderar uma equipe composta majoritariamente por mulheres

Impulsiona-se a criatividade e inovação com diversidade de gênero. Esse compromisso só ocorre quando promove-se a capacitação de mulheres para alcançar seu pleno potencial através do compromisso com a inclusão.

Fabiana Ramos

4 min de leitura