A nova “velha” liderança
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Mudanças importantes em fatores macro, como comportamento do cliente e regulamentações governamentais, e em fatores micro, incluindo estratégia e política organizacional, reduziram substancialmente os horizontes de tempo dos líderes de RH no planejamento para o futuro
Rafael Gonçalves
23 de Abril
As paredes com frases bonitas sobre cultura, iniciativas de inclusão, crenças sobre diversidade: isso é apenas o começo das ações de recursos humanos daqui por diante. À medida que os líderes de gestão de pessoas continuam a abordar as mudanças nos ambientes de negócios como resultado da pandemia, a consultoria Gartner identificou cinco tópicos fundamentais para esse novo modelo de trabalho que ainda está nascendo.
Este ano não será apenas de recuperação, mas de renovação e aceleração em novas direções, segundo Emily Rose McRae, diretora de prática de recursos humanos da Gartner: “dadas as mudanças estruturais de 2020, os líderes de RH terão que enfrentar decisões que devem estar prontos para tomar a fim de preparar suas organizações para o sucesso.”
Saiba quais são essas decisões!
As organizações precisam rever as políticas voltadas para atividades remotas e híbridas criadas durante a crise — um gatilho situacional. Uma vez que o trabalho a distância nasceu de uma contingência, o que deu certo nesse período não pode virar regra automaticamente, sendo que o exercício de uma ocupação no modelo híbrido é diferente de um “home office” forçado devido a uma pandemia. O outro gatilho é o talento — os líderes precisam monitorar as ameaças à estratégia de retenção desses profissionais na organização.
É urgente reduzir a necessidade de tarefas localmente realizadas, e as tecnologias emergentes desempenham um papel fundamental nisso. A automação de processos robóticos (RPA) e soluções digitais imersivas — como realidade virtual e aumentada — são duas categorias de tecnologia que ajudam nesse sentido.
Uma pesquisa do Gartner em 2020 revelou que quase um quarto dos líderes financeiros planejam aumentar os investimentos em RPA como resultado direto da pandemia. Já as tecnologias imersivas ajudam as organizações a criar novos canais para interação digital, experiências que de outra forma seriam difíceis de replicar em uma força de trabalho híbrida. Os líderes de RH devem considerar como o investimento nessas ferramentas tecnológicas criará demanda para novas funções ou conjuntos de competências.
Em 2021, os funcionários trabalharão em casa, no local e, potencialmente, em espaços de terceiros. Escritórios devem passar a atender também as necessidades emocionais dos colaboradores, um espaço para criar conexões, não para acessar um sistema. Isso exige que o RH trabalhe com outros líderes para tomar decisões sobre a finalidade dos espaços e como desenvolvê-los, ao mesmo tempo que determina como e quando reduzir a pegada imobiliária da organização.
Muitas organizações experimentaram modelos de emprego inovadores como uma resposta à pandemia, como oferecer 80% de pagamento por 80% das horas de tempo integral para funcionários que precisavam de mais flexibilidade. Isso será particularmente relevante para organizações com uma alta porcentagem de trabalhadores mais velhos em funções críticas - oferecer maior flexibilidade não apenas quando os colabaradores estão trabalhando, mas quanto eles trabalham, pode ajudar a reter funcionários que, de outra forma, poderiam se aposentar.
Muitas corporações assumiram compromissos em criar locais de trabalho mais diversificados, equitativos e inclusivos durante 2020. “Processos de recrutamento, compensação, gestão de desempenho e planejamento da força de trabalho precisam ser avaliadas para garantir que estejam alinhadas com os objetivos e valores da empresa, especialmente se eles mudaram durante 2020”, disse McRae. Em 2021, os líderes de RH precisam avaliar a estratégia de talentos para garantir que ela cumpra seus compromissos.
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Editor de conteúdo multimídia para HSM Management, radialista, jornalista e professor universitário, especialista em comunicação corporativa, mestre em comunicação e inovação e doutorando em processos comunicacionais. Desde 2008, atua em agências, consultorias de comunicação e gestão para grandes empresas e em multinacionais.
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