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Enquanto muitas empresas ainda se esforçam para se adaptar à revolução digital, que ocorreu nos primeiros 10 anos do século XXI, outras já estão prontas para a revolução das pessoas, que está acontecendo na última década.
Thais Fabris
05 de Agosto
A revolução das pessoas é uma consequência da revolução digital: através das plataformas digitais e principalmente das redes sociais, grupos de indivíduos puderam se encontrar, se fortalecer e lutar por suas pautas. Pessoas e grupos que até então estavam isolados puderam se fazer ouvir pelos seus semelhantes, rompendo com a hegemonia da produção de informação que até então era dominada por grandes grupos de comunicação.
Como resultado, mulheres, negros, LGBTQA+, PCD e outros grupos minorizados se fortaleceram, mudaram seus lugares na sociedade e hoje demandam mudanças estruturais.
Este é o tema que será tratado neste artigo.
A revolução das pessoas é liderada pelas mulheres. No Brasil, enxergamos 3 vetores para a mudança de comportamento delas: dinheiro no bolso, educação e conectividade:
A renda das mulheres brasileiras cresceu 83% entre 2005 e 2015; Na década de 1960 as mulheres tinham em média seis filhos e dois anos de educação, ao passo que nos anos 2000 essa conta se inverteu e elas passaram a ter em média menos de dois filhos e mais de seis anos de educação; As mulheres são as maiores usuárias de internet, principalmente das redes sociais, e essa ferramenta tornou-se um ponto de encontro onde elas trocam informações e se fortalecem.
Essas mudanças são especialmente notáveis em relação às mulheres negras. Elas são a base da nossa pirâmide social e, como diz Angela Davis, quando a mulher negra se move, a sociedade toda se move com ela.
A mudança no comportamento das mulheres e nos seus papéis na sociedade impacta a sociedade como um todo: a família, o trabalho, a política – tudo está mudando junto com elas.
A pandemia do Covid-19 vem servindo de catalisadora da revolução das pessoas ao deixar muito evidentes as desigualdades entre diferentes grupos sociais. Aqueles que estão mais vulneráveis à doença, especialmente os negros e pobres, se organizam para demandar mudanças e trazem à tona todas as outras violências que sofrem. O movimento Black Lives Matter ganha força nos Estados Unidos e isso gera reflexos no mundo todo.
No Brasil, a luta contra o racismo e a violência policial se uniu, nas ruas, ao movimento antifascista. Recentemente, alunas do ensino médio de todo o país se uniram para denunciar o assédio de professores com a #exposed.
Se por um lado esse encontro resultou no fortalecimento das pautas identitárias de negros, mulheres, LGBTQIA+, PCD e outros grupos, por outro foi também nas redes sociais que as ideias da extrema direita ganharam força nos últimos anos.
Entre esses dois polos, muitas pessoas dentro das empresas tentam navegar e se perguntam: como não provocar conservadores nem ter um impacto negativo sobre as pautas identitárias? Como ecoar as pautas dos nossos tempos, sem soar artificial ou oportunista? Como não perder o bonde da revolução das pessoas e não ficar à deriva, como quem não acompanhou a revolução digital?
Consultorias como a 65|10 surgem para ajudar a encontrar essas respostas. Em 5 anos traduzindo para o mundo corporativo as mudanças de comportamento geradas pela revolução das pessoas, aprendemos que:
Empresas precisam ter um entendimento profundo das pessoas e da comunidade para as quais elas trabalham. É preciso entender de antropologia, psicologia, sociologia, mas não só: precisamos ouvir as histórias das pessoas e valorizar o conhecimento que não está nas corporações e nem na academia, mas que é reproduzido oralmente. Precisamos entender de gente, conhecer gente, gostar de gente.
A conversa é uma tecnologia social da qual as mulheres são guardiãs. Pesquisas mostram que as mães conversam mais com a barriga quando sabem que estão esperando meninas. A conversa é a grande ferramenta criativa dos nossos tempos. Se antes da revolução digital a comunicação era uma via de mão única, hoje as empresas devem estabelecer conversas com seus consumidores nas redes sociais. Temos que estar abertos para um contínuo processo de escuta.
As pessoas não querem só se ver representadas, elas querem fazer parte do processo e percebem quando algo foi criado sem que elas fossem envolvidas. Além disso, inúmeras pesquisas comprovam que grupos diversos produzem soluções melhores. Isso acontece porque quando incluímos no processo as pessoas que estavam fora dele, elas trazem com elas novos pontos de vista e tecnologias humanas que servem para trazer novas soluções para problemas antigos.
No começo da revolução digital, trabalhando em agências de publicidade, muitas vezes ouvi pessoas se referindo à presença de empresas na internet como "uma modinha que não ia durar". Hoje, trabalhando como consultora especializada em comportamento e comunicação com mulheres, vejo que muitas pessoas ainda não despertaram para a urgência de se adaptar à revolução das pessoas. Acredito que esta revolução, feita de micro-revoluções cotidianas, é viral e imparável. Quem não se adaptar será atropelado por ela.
Atua no mercado publicitário há 22 anos e tem 12 anos de experiência como diretora de criação no Brasil e na Europa. Em 2015, junto com sua sócia, Maria Guimarães, criou a 65|10, uma consultoria criativa especializada em mulheres, com o objetivo de ajuda marcas a reverem o papel da mulher na publicidade. Já palestrou em eventos como Path, Wired Festival, Rio2C e Virada Empreendedora. Entre as marcas atendidas pela 65|10 estão Ambev, Nestlé, Unilever, Facebook e Itaú.
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