
Carreira
31 Agosto | 2023
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Em um momento de retração econômica e desaparecimento de postos de trabalho, conhecer estas transformações em curso é fundamental para colaboradores e lideranças
Davi Lago e Augusto Jr
31 de Agosto
Nos anos 1990 o assunto ‘futuro do trabalho’ começou a ser abordado com mais frequência não só pela virada simbólica para o novo milênio, mas devido ao conjunto de transformações significativas na estrutura social como a informatização crescente, a integração dos mercados e a escalada técnico-científica. A euforia durou até o final da primeira década deste século, quando os mercados colapsaram na crise econômica de 2008.
Passados alguns anos, uma nova onda de livros, artigos, conferências sobre o futuro do trabalho ganhou força e alcançou ainda mais urgência com a pandemia da Covid-19. Com fronteiras fechadas, voos interrompidos, quarentenas, internações e mortes por todo o globo, as empresas e instituições foram forçadas a realizar uma brusca readaptação tecnológica e comercial. Definitivamente, o mundo do trabalho mudou em 2020.
Podemos apontar algumas das transformações em curso por meio de quatro macrotendências:
Foi atribuído a Bill Gates o seguinte comentário: “em alguns anos vão existir dois tipos de empresas, as que fazem negócio pela internet e as que estão fora dos negócios”. A pandemia forçou não só o ingresso de várias empresas no comércio online, como aqueceu a corrida pelo desenvolvimento de novas tecnologias, fortalecendo os fluxos de inovação.
Peter Diamandis, um dos fundadores da Singularity University, afirma que entre as áreas tecnológicas de destaque em nosso contexto imediato, ainda nesta década, estão: robótica, big data, biologia sintética, internet das coisas e segurança cibernética.
A imprevisibilidade do ambiente de negócios somada à escalada das novas tecnologias favorece o surgimento de negócios que simplesmente desconhecemos. Empresas gigantes como a companhia aérea American Airlines demitiram milhares de funcionários, enquanto empresas e marcas até então irrelevantes como o aplicativo TikTok e a plataforma de vídeo conferências Zoom ganharam o mundo. Os serviços de delivery conectados em aplicativos, bem como outros modelos de negócios colaborativos, eram impensáveis até pouco tempo atrás.
Este tipo de inovação imediatamente incorporada ao ritmo da vida de bilhões de pessoas, é cada vez mais frequente. Os impactos das transformações inesperadas afetaram e continuarão a afetar os mais diversos ramos econômicos, da moda à alimentação, dos bancos aos polos farmacêuticos.
O novo zeitgeist profissional é completamente aberto à novas profissões. De acordo com o relatório Jobs of tomorrow: mapping ppportunity in the new economy produzido pelo World Economic Forum em janeiro deste ano, antes do surto pandêmico, havia 96 novas profissões em franca consolidação. Essas profissões foram agrupadas em sete eixos principais: saúde; dados e inteligência artificial; engenharia e computação em nuvem; economia verde; pessoas e cultura; desenvolvimento de produtos; vendas, marketing e conteúdo.
A consultoria estratégica Robert Half, por sua vez, apontou em um de seus estudos duas tendências muito fortes: as profissões high tech, de alta especialização e impacto tecnológico; e as profissões high touch, de alto impacto humano.
O momento pandêmico acelerou os processos de readequação administrativa das empresas diante das mudanças estruturais da sociedade. Elementos como autogestão, trabalho home office, reuniões remotas, diminuição de hierarquias, liderança como facilitadora de processos, são marcas deste novo cenário. Os líderes precisam ficar muito atentos aqui neste ponto. Hoje é crucial antecipar e entender conceitos como autogestão, gestão horizontal e sociocracia, pois o modo de liderar está entrando nos novos compassos sociais.
Estas mudanças no mundo profissional estão em pleno curso. Desconhecê-las complica ainda mais o posicionamento de novos profissionais, já que vivenciamos um momento de retração econômica e destruição de postos de trabalho. Para fechar este breve artigo, propomos algumas ideias práticas.
A ausência de uma compreensão panorâmica do mundo do trabalho prejudica a ascensão dos jovens gestores. Decisões precipitadas, realizadas sem uma avaliação das macrotendências profissionais, neutralizam potenciais líderes.
O desenvolvimento da carreira, sobretudo em momentos críticos, requer calma na avaliação e compreensão das novas possibilidades abertas.
É um fato que setores inteiros da economia estão se tornando obsoletos, enquanto outros estão florescendo dos locais mais inesperados.
O novo mercado de trabalho está ainda mais competitivo, portanto, os novos líderes não podem agir como se seu ramo profissional não pudesse ser transformado – ele certamente será. Como afirmou Bertrand Russell, “não tenha medo de ser excêntrico em suas opiniões, pois todas as opiniões hoje aceitas foram excêntricas um dia”.
Apesar do mundo corporativo produzir inovações e mudanças por meio da tecnologia, ainda seguimos as diretrizes estabelecidas no sistema de produção da revolução industrial.
O novo contexto de mundo envolve evolução tecnológica, maior presença feminina do ambiente corporativo e um movimento de consciência nos negócios. Hoje, são valorizados os líderes que confiam em seus times, que inspiram pelo propósito e que conseguem dar um direcionamento preciso para suas equipes.
Davi Lago e Augusto Jr
Davi Lago é professor e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP e autor do best-seller em produtividade "Formigas" (Editora MC). Augusto Jr é diretor executivo do Instituto Anga e professor convidado da Fundação Dom Cabral.
Eles escrevem mensalmente para a coluna Perspectivas de carreira.
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