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Carreira

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Para ser o "profissional do futuro" hoje

A frase “caí num buraco... voltei gigante” é inspiração para aqueles que desejam construir uma trajetória de sucesso frente às mudanças do presente e às tendências do futuro

Claudia Muchaluat

31 de Agosto

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Artigo Para ser o "profissional do futuro" hoje

“Caí num buraco… Voltei gigante.”

Queria começar o texto com essa frase de um quadro que vi há pouco tempo e me marcou demais.

Durante minha jornada profissional como executiva da IBM, mentora de negócios da Endeavor e mentora de pequenas e médias empresas, percebi que a trajetória das pessoas a longo prazo tem a ver com o quão obstinadas elas são. Não importa quantas vezes caem, elas aprendem rápido com os erros, levantam e dão a volta por cima. Entendem que crescimento e conforto não coexistem e se mantêm realistas sem perder a positividade. 

Tenho participado de diversas discussões sobre o perfil do profissional do futuro e, em  toda a minha vivência profissional e pessoal, pude observar duas características que considero fundamentais para assegurar o sucesso desse profissional: ser lifelong learner e antifrágil.

Lifelong learner

Afirmou Benjamin Barber: “eu não divido o mundo entre os fracos e os fortes ou entre sucessos e fracassos. Eu divido entre os que aprendem e os que não aprendem.” Segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2022, mais da metade (54%) dos profissionais precisará se capacitar ou recapacitar para aprimorar ou ganhar novas habilidades. Ter a disciplina de ser um lifelong learner, portanto, é chave para desenvolver a capacidade de desaprender velhos hábitos e aprender rapidamente novos conceitos e práticas.

Essa tensão criativa entre o “velho e o novo” traz mais inovação, soluções e melhores resultados. O cenário atual reforçou a perspectiva de como o mundo muda rápido e, com isso, a adaptabilidade para a mudança e a capacidade de aprender de forma contínua provam-se essenciais para o reskilling, nosso e de todo o time! Precisamos nos empenhar para alterar os vieses, modelos mentais e padrões de comportamento internos, atuando como agentes da transformação nesse processo e considerando “aprender a reaprender” ao longo da vida.

Antifrágil

A pandemia da Covid-19 trouxe à tona dois ângulos importantes da natureza humana. Por um lado, percebemos nossa incrível adaptabilidade e capacidade de nos reinventar; por outro, enxergamos que somos muito mais frágeis do que gostaríamos. Assim, ser antifrágil é mais do que ser resiliente. O antifrágil foca no autoconhecimento e na sua inteligência emocional, sabe reconhecer sua força e onde precisa melhorar. Aceitar as imperfeições é libertador! Ter a humildade para reconhecer que não sabe tudo e, ainda assim, ter a coragem para aceitar novos desafios abre possibilidades e cria um mindset de abundância.

Dentro dessa jornada de evolução contínua, o antifrágil pratica a autocompaixão e demonstra vulnerabilidades, como pessoa e profissional. Sabe que o erro só é fracasso quando não se aprende com ele; caso contrário, é aprendizado. O estudo Institute of Business Value (IBV), realizado pela IBM com aproximadamente seis mil executivos em 48 países, mostra que as principais prioridades dos CEOs em termos de skills críticos estão associadas a habilidades comportamentais.

Reflexões e adaptações

Os desafios dessa nova realidade aceleraram a transformação digital como elemento crítico para que as empresas (e os indivíduos) possam se adaptar, sobreviver e estar preparados para participar das oportunidades que estão surgindo. Nunca tivemos um ambiente tão receptivo para discussão da inovação e de ideias “fora da caixa”. Conforme disse Lenin – uma frase muito adequada para o momento atual –, “há décadas em que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem.”

Estamos ressignificando a forma de interagir com nossas famílias, clientes e times, com a tecnologia muito mais presente em nossas vidas. O contexto do isolamento social permitiu que as pessoas pudessem desenvolver um novo olhar para se conhecerem melhor e trouxe a oportunidade de refletirmos e conversarmos sobre pautas para as quais não tínhamos tempo. 

Você não precisa do cargo para ser um líder ou para inspirar as pessoas ao seu redor. Basta querer, estar presente, fazer o melhor por todos e até “oferecer uma vírgula” para que as pessoas possam continuar a escrever suas histórias, mesmo quando o mundo parece desabar sobre elas. Liderar é inspirar indivíduos e organizações, por meio de um olhar de empatia. Isso requer curiosidade e desejo real de sair do nosso eixo para entender o lugar do outro. 

Quando isso tudo passar – e vai passar! – e pararmos para fazer um balanço e escrever sobre o que fizemos durante esse período, pense: que legado cada um de nós gostaria de deixar? Para ajudar nessa reflexão, compartilho uma frase que adoro, do filme A Última Palavra: “nunca é tarde para reescrevermos nossa vida e construirmos um legado que nos encha de orgulho”. Boa jornada!

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Autoria

Claudia Muchaluat

Partner da Consultoria na IBM e suporta clientes em suas jornadas de transformação digital.

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