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Flexível ou adaptável?

O que funciona melhor em um mundo em alta velocidade de transformação

Colunista Alexandre Waclawovsky

Alexandre Waclawovsky

04 de Novembro

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Artigo Flexível ou adaptável?

O mundo em que vivemos está em constante evolução. Caso você ainda tenha alguma dúvida, basta sair de férias e se desconectar completamente por 30 dias. Garanto que ao retornar, você encontrará outro contexto de negócios.

Estabilidade e planejamentos para vários anos são coisas do passado. A realidade atual é que já vivemos em um contexto de previsibilidade e de planos de mais curto e médio prazos.

Eventos como eleições, guerras, pandemias, crises econômicas ou sociais – a mais recente ocorreu no Irã motivada pela morte de Mahsa Amini e que provocou uma onda global de protestos – trazem novos questionamentos, discussões sociais, políticas e mudanças de rumo repentinos em nossas vidas, na economia e, claro, impacta os negócios.

Haja planejamento que resista a um contexto tão volátil assim. Por isso, quero propor uma reflexão – ou provocação, se preferir – sobre a diferença entre flexibilidade e adaptação a essas novas realidades, em um mundo cada vez mais líquido (impossível não mencionar o filósofo Zygmunt Bauman nessa conversa).

Você pode pensar que “ser flexível” e “adaptar-se a algo novo” são expressões equivalentes. Confesso que eu pensava da mesma forma, até que notei que a diferença não é apenas uma questão semântica. Ela vai muito além. Vejamos...

Algo flexível muda de forma durante um espaço de tempo, de acordo com a necessidade. Quando pensamos em objetos flexíveis logo vem à cabeça o bambu, o elástico ou uma superfície maleável. Note que algo flexível cede porém volta para sua forma original.

Algo que se adapta, por outro lado, muda de forma definitivamente, se transforma. Bons exemplos são a adaptação da estrutura dos átomos de carbono ao ambiente (temperatura e pressão), que geram diferentes matérias-primas, absolutamente diferentes entre si, como grafite e diamante.

O ambiente muda, eles se adaptam, por vezes até fisicamente – algo verificado há tempos por Charles Darwin em sua teoria da evolução das espécies. Note que algo que se adapta vai e pode não voltar ao seu estado ou forma original.

Quando pensamos sobre iniciativas de inovação, empreendedorismo ou transformação digital, o grande risco é acreditar que a flexibilidade das organizações e das pessoas será suficiente.

Cuidado!

Existe uma diferença de modelos mentais que disparamos ao declarar cada uma dessas palavras. Reflita naquelas situações em que declarou ser flexível e naquelas que declarou a necessidade de adaptar-se a algo.

Dizer ser flexível, geralmente, vem acompanhado de pensamentos e atitudes de "vou avaliar", "quero saber mais", "concordo em experimentar", porém logo após retorno à minha posição inicial.

Inovação, risco e desconforto, caminham juntos sempre. Flexibilizar pode funcionar para algo temporário, porém, mas se algo estrutural ou cultural precisa ser movido, operar em modo de adaptação será a postura necessária.

Adaptar-se é muito mais difícil do que ser flexível: custa mais energia, mais autoconhecimento, mais desapego.

Se quiser aprofundar-se mais nesse tema recomendo a leitura do livro Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos, de Nassim Taleb, que fala sobre a liderança antifrágil.

Estamos em tempos de mudanças rápidas e crescimento exponencial. Adaptar-se, portanto, é preciso.

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Colunista Alexandre Waclawovsky

Alexandre Waclawovsky

Alexandre Waclawovsky | Wacla

Palestrante, autor, intraempreendedor convicto, Wacla tem mais de 25 anos de experiência em multinacionais e startups nas áreas de marketing, inovação, gestão e desenvolvimento de novos negócios. Administrador com especialização em marketing de serviços (FGV), transformação digital (Hyper Island) e inovação (Stanford), deu aula sobre transformações no marketing e negócios no MBA de gestão empresarial na Fundação Dom Cabral. Fundador da senior 45!60, primeira aceleradora de negócios composta por profissionais sênior do mercado. Atuou e acelerou HealthTechs, Fintechs, HRTechs e ESGTechs como CMO as a service. Presidiu o comitê de mídia na Associação Brasileira de Anunciantes (ABA).

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