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Sustentabilidade

3 min de leitura

COP 27 e o custo real da moda

O assunto é urgente e é preciso que todos os setores minimizem seus rastros no meio ambiente

Guilherme Weege

16 de Novembro

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Artigo COP 27 e o custo real da moda

O debate público sobre o cuidado com o meio ambiente não é algo novo. Antes contemplado pela ecologia, o tema evoluiu para o conceito de sustentabilidade. Agora, falamos em ESG e como conectar a estratégia dos negócios aos pilares social, ambiental e de governança.

Consciente de que a moda é um dos setores mais poluentes do planeta, sendo responsável por grandes porcentagens das emissões de gases de efeito estufa (CO²) e da poluição industrial das águas, proponho uma reflexão sobre o papel do mundo da moda e o seu impacto no planeta. Afinal, toda mudança nasce de uma provocação: como eu e o meu negócio podemos construir um futuro hoje?

Está acontecendo a 27ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, também conhecida como COP 27, no Egito. Esta é uma ocasião relevante para incentivar e amplificar este debate.

A sustentabilidade empresarial é um dos caminhos para garantir ações concretas que garantam a sobrevivência do planeta. Hoje, não é possível tratar deste tema se não for com profundidade e em diferentes níveis dentro das corporações. Precisamos usar essa capacidade de criar e manter laços de respeito e confiança com nossos clientes, funcionários, fornecedores, empresas do setor têxtil, sociedade e até mesmo com o planeta para nos fortalecer enquanto humanidade.

As companhias que estão abordando o assunto corretamente entenderam que as questões ambientais podem afetar o modelo de negócio atual e futuro, e decidiram integrar valores, metas e métricas nas estratégias para mitigar riscos.

Exemplo e provocação

Um dos caminhos que se apresenta é justamente o da inovação, buscando alternativas que garantam processos mais sustentáveis. É importante salientar que quando decidimos fazer diferente, produzir roupas gerando o menor impacto para o planeta, muitos desafios se apresentam. É preciso dedicação, expertise, estudo e uma equipe engajada em um objetivo comum.

A circularidade é uma grande esperança para o futuro da sociedade e também um desafio. Aplicar seus princípios pode reduzir significativamente a pressão sobre o consumo de recursos naturais e do meio ambiente, mudar o fluxo dos processos e das cadeias de valor, criando novos modelos de negócio que são desafiadores, diante da transformação fast fashion do mundo da moda.

Investir em parcerias de uso e pós-uso, destinação correta de resíduos têxteis e até mesmo em uma nova postura diante do consumidor podem ser alternativas que contribuam nesse sentido. Tudo começa com exemplo e provocação. Acredito no poder da mobilização coletiva e no engajamento do maior número de pessoas possíveis.

Sustentabilidade com todos

Precisamos ter em mente que essa é uma agenda que, nem de longe, mostra ser uma tendência ou modismo. É um tema que permeia todos os mercados, em diferentes estágios de desenvolvimento, e reflete os valores contemporâneos que ganharam força.

Exposto tudo isso, reforço a importância da atuação de cada empresa individualmente, mas acredito que podemos alcançar muito mais se nos unirmos. Inspirando as pessoas, tanto no quadro colaborativo, quanto nossos pares e parceiros de negócio; desenvolvendo um trabalho interno consistente com a cadeia produtiva; e tendo como propósito o cuidado coletivo, com as pessoas e com o planeta. Além de provocar os nossos consumidores sobre os produtos que eles adquirem e sua origem. É nosso papel informar as pessoas para que elas possam fazer boas escolhas.

Como defendo, não queremos ser sustentáveis sozinhos. A urgência no assunto pede o amadurecimento de toda a sociedade. É preciso que todos os setores repensem seus processos e, principalmente, minimizem suas pegadas ambientais.

As relações duradouras que defendemos passam também pelo esforço coletivo, pois construir o futuro é um desafio colaborativo. Vamos juntos nessa jornada pelo bem do planeta?

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Autoria

Guilherme Weege

Guilherme Weege, CEO do Grupo Malwee, formado em Administração pela FAAP, Alumni de Harvard e especializações em Wharton, Insead e UCI. Empreendedor serial, atualmente é investidor e conselheiro de diversas empresas e startups como a Infracommerce, a maior empresa de ecommerce full service do Brasil. Conselheiro da Endeavor Brasil e membro-sócio da YPO (Young Presidents' Organization), divide seu tempo com trabalhos sociais e mentoring de jovens empresários e empreendedores brasileiros.

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