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Comunicação não violenta e trabalho remoto

A falha de comunicação é um dos maiores problemas enfrentados pelas organizações. Se presencialmente já era assim, imagina agora com muita gente trabalhando de casa? Em conversas com clientes, escutei que o trabalho remoto está prejudicando a comunicação, mas será mesmo que a culpa é do home office ou a gente já não se comunicava bem antes?

Maíra Blasi

08 de Julho

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Artigo Comunicação não violenta e trabalho remoto

Em uma pesquisa realizada pela consultoria Holmes PR, foi concluído que as empresas perdem, em média, 62,4 milhões de dólares ao ano por causa de mal-entendidos entre funcionários – ou seja, podemos literalmente estar perdendo dinheiro por não dar a devida atenção a esse assunto.

Precisamos buscar espaços de aprendizado sobre comunicação no nosso cotidiano e parar de esperar que as coisas se resolvam sozinhas.

Portanto, espero que esse conteúdo te apoie tanto nesse momento delicado quanto nos dias que estão por chegar.

O que é comunicação não violenta?

Definir comunicação não violenta (CNV) é sempre um desafio. Algumas pessoas se apegam aos 4 passos – Observação, Sentimentos, Necessidades e Pedidos –, outros chamam de técnicas, mas eu gosto de falar que é um conjunto de práticas que apoiam conversas em busca de mais conexão, empatia, vulnerabilidade e escuta ativa.

È preciso enfatizar que falar a partir da comunicação não violenta não quer dizer ser doce ou calmo o tempo inteiro. A CNV tem mais a ver com o nível de conexão com o qual falamos/ouvimos e com a abertura para compreender verdadeiramente as necessidades do outro.

Como a violência se apresenta nas conversas?

Muitas vezes entendemos violência como algo físico, um grito ou uma palavra dura.

No entanto, é preciso perceber que existem violências implícitas em nosso cotidiano que são retroalimentadas pelo sistema que estamos inseridos. Quando temos apego à ideia de estarmos certos ou queremos vencer uma conversa, um conflito doloroso pode emergir, nos levando a um diálogo violento.

No quadro abaixo, apresento formas de violência implícitas em nossas conversas do cotidiano:

violências implícitas nas nossas conversas

O que isso tem a ver com trabalho remoto?

Estamos com os sentimentos à flor da pele e é importante cuidarmos disso. Sentimentos são mensageiros de necessidades que queremos ver atendidas. Sendo assim, precisamos de atenção na nossa comunicação e de cuidados uns com os outros. Nesse contexto, a CNV pode nos apoiar de modo a nos ajudar a construir conexões em nossas conversas, mesmo com as câmeras ligadas ou ligações à distância.

5 dicas para o momento

1) Vulnerabilidade

Estamos vivendo um momento delicado e que pode alterar nossa disposição, comportamentos e sentimentos. Somos seres humanos e estamos expostos aos altos e baixos da pandemia e à situação política e econômica do nosso país. Por isso, mantenha-se aberto para as conversas do cotidiano. Caso não esteja bem, é melhor avisar seus amigos de trabalho e reorganizar a lógica de entregas do seu dia.

2) Intenção positiva

Todos estão buscando fazer o melhor que podem com aquilo que possuem. Acredite na intenção positiva das pessoas e interprete as falas da melhor maneira possível, sempre que puder.

3) Escuta ativa

Não tente adivinhar e nem guarde dúvidas para si. Ao menor sinal de confusão, faça um espelho do que entendeu e confirme seu entendimento.

4) Observação

Mantenha o olhar curioso sobre os acontecimentos próximos. Ao invés de tentar rotular ou julgar uma situação, verifique quais necessidade suas precisam ser atendidas dentro daquele contexto.

5) Pedidos verdadeiros

Quando precisar de algo, peça. Muitas vezes adiamos os pedidos por receio de parecer demonstração de fraqueza. Quanto mais específico é um pedido, mais chances temos de sermos atendidos. Ao fazer um pedido, verifique se verdadeiramente a outra parte tem condições de atendê-lo.

MInha sugestão é que a gente culpe menos o trabalho remoto e perceba que as falhas de comunicação já existiam. Porém, não priorizávamos o tema e as conversas eram adiadas. O primeiro passo para resolver um problema é assumir que ele existe.

Que tal reunir seu time e conversar abertamente sobre como os membros se sentem e que necessidades querem ver atendidas? Esse pode ser o primeiro passo para a evolução de um time engajado e produtivo.

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Autoria

Maíra Blasi

Facilitadora na Tribo, professora e palestrante especializada em Agilidade e Comunicação não violenta.

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