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Gestão de pessoas

4 min de leitura

Como líderes podem ajudar suas equipes a serem mais felizes

Funcionários felizes são mais produtivos, porém, necessitam de líderes engajados, verdadeiros e que saibam ouvir ativamente seu time

Laura Tavares

01 de Setembro

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Artigo Como líderes podem ajudar suas equipes a serem mais felizes

Como minha primeira coluna neste espaço, antes de iniciar, acho importante alinhar alguns pontos com você, leitor:

  • Primeiro ponto: Felicidade é um conceito amplo e pode ter várias interpretações. Para simplificar a discussão, usarei a definição do dicionário: “fe·li·ci·da·de (sf): Estado de espírito de quem se encontra alegre ou satisfeito; alegria, contentamento, júbilo.”

  • Segundo ponto: Não acredito que seja possível se responsabilizar pela felicidade das pessoas que fazem parte de suas equipes, mas, considerando que essas pessoas passam cerca de metade das suas horas acordadas no trabalho, essa atividade tem, sim, um impacto muito grande na felicidade pessoal.

  • Terceiro ponto: Não existe uma fórmula mágica para deixar sua equipe feliz, apenas acredito que existem algumas ferramentas e ações que podem ajudar a chegar lá.

Agora, para tratar deste assunto, sobre mim: sou mulher, formada em engenharia elétrica e tenho 29 anos. Já trabalhei em diversas empresas como Ambev, General Electric, Bain & Co, startups no Brasil, Holanda e Estados Unidos, e conheci diversos líderes nestas empresas.

Mesmo trabalhando em ambientes tão diferentes, alguns mais estruturados, outros mais livres, em todos, pude observar um elemento comum: o impacto da liderança na constituição de um ambiente de trabalho propício, promovendo maior engajamento da equipe e, consequentemente, a felicidade de todos.

Estudos comprovam que um time mais feliz não só é mais engajado, como também entrega resultados melhores. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, funcionários felizes são, em média, 31% mais produtivos. A partir da minha experiência e da leitura de alguns livros e artigos, fiz um apanhado das ações que considero importantes para deixar um time mais feliz.

Conheça cada indivíduo da sua equipe

Conhecer as pessoas começa por saber as preferências de trabalho de cada um: o horário em que a pessoa prefere começar a trabalhar, o meio de comunicação mais efetivo fora do horário comercial (e-mail ou whatsapp), se prefere “se divertir” durante o trabalho ou conversar menos para ser mais eficiente. Nem sempre é possível agradar a todos, mas saber suas preferências é um ponto de partida.

Conhecer os colaboradores vai muito além de saber seu modus operandi. Passa por saber detalhes da vida pessoal: a paixão por um pet, hobbies, particularidades... Você só descobrirá esses aspectos ao se interessar genuinamente pelas pessoas. De quebra, pode ser que até encontrem algo em comum. Isso ajuda a criar conexões mais profundas com a equipe.

A pandemia, sem dúvida, trouxe uma complexidade adicional. Essa busca por conexões além do trabalho tem sido difícil. Uma dica para esse momento remoto é agendar um almoço online ou um coffee break e deixar combinado: nada de trabalho entre os tópicos da conversa. Deixe a conversa fluir. A curiosidade pelas pessoas do time estabelece um ambiente seguro para que os colaboradores se sintam abertos para estabelecer relações de confiança.

Adeque seu estilo de liderança à pessoa que está liderando

Muitos líderes ainda tentam impor sua forma de liderar, seja por meio do distanciamento, da pressão, com mais organização e menos liberdade. Há várias dimensões existentes quando o tema é estilo de liderança. Um conceito que ajuda a delinear esta questão é o de liderança situacional, em que o líder se adequa a duas necessidades principais da pessoa da sua equipe, o suporte técnico e o emocional.

Para um colaborador sem experiência que acabou de entrar na empresa, pode ser necessário que você o direcione, explicando detalhadamente o que precisa ser feito, embora não necessariamente você precise motivá-lo, já que ele estará empolgado com o novo desafio. Abaixo, a ilustração mostra as dimensões e os estilos de liderança existentes.

hersey-e-blanchard-lideranca-situacional Fonte: Imagem retirada do blog Ergon

Além da necessidade de saber se ajustar a fim de apoiar sua equipe de acordo com as situações específicas, é interessante observar o que motiva cada um e buscar agir com base nisto para manter a equipe engajada.

Peça feedback sobre como você pode ser um líder melhor

Por mais que isso pareça óbvio, nem todos os líderes pedem feedback para sua equipe. Muitas vezes, um líder é pego “de surpresa” na sua avaliação de ciclo; quando descobre – às vezes seis meses ou um ano depois –, a equipe não está satisfeita. Por isso, como líder, é importante criar um ambiente confortável para que colaboradores possam dar sugestões de melhoria.

Você pode definir encontros quinzenais ou mensais com cada pessoa do time e perguntar como é possível ser um líder melhor, aprimorando a dinâmica da equipe. Muitas vezes, o liderado tem receio de dar esse tipo de feedback para seu líder, por isso, é importante que seja criado um ambiente seguro, com a garantia de que a liberdade de opinião não será alvo de mágoa ou ressentimento posterior. Deixe claro que o feedback será utilizado para seu amadurecimento e para a melhoria das condições de trabalho de todos.

Tenha empatia

As pessoas não conseguem estar bem todos os dias ou o tempo inteiro. Dê abertura para que a pessoa possa dizer “estou com um problema em casa”, “hoje não estou me sentindo bem”, e ofereça o espaço necessário para que ela se restabeleça, sendo menos cobrada nesses dias específicos.

Comemore as vitórias

É comum os líderes se esquecerem de comemorar as vitórias, porque sempre há mais trabalho a ser feito. Não subestime o poder do reconhecimento! Elogie o trabalho bem executado. Dê crédito às entregas diante do time ou na frente de outras equipes.

Saiba mais sobre diversidade em nossos podcasts e em nossos webinars.

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Autoria

Laura Tavares

Formada em Engenharia Elétrica pela UFMG com MBA pelo Insead (Singapura e França), atua como consultora na Bain & Company. Participante dos programas Valuable Young Leader e One Young World.

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