
Gestão de pessoas
12 Outubro | 2023
Cinco estratégias para aprimorar a escuta ativa - essencial no mercado
4 min de leitura
Com a eclosão da covid-19, em março de 2020, as empresas se viram obrigadas a adotar abruptamente o trabalho remoto. Não havia opção – tratava-se de uma emergência sanitária. Com o avanço da vacinação, porém, a retomada de cenários anteriores à pandemia aos poucos começa a se tornar realidade. Será que queremos voltar àquele passado?
Na verdade, seria um tremendo retrocesso voltarmos ao modelo de trabalho predominante no início de 2020. O home office se mostrou produtivo e prazeroso para boa parcela das pessoas, de modo que os gestores se veem agora diante de uma nova realidade, que tem tudo para ficar: os times híbridos.
O que se anuncia é um sistema no qual uma parte do trabalho é conduzida presencialmente no escritório e outra parte de forma remota, a distância. As empresas ainda estão buscando o modelo que melhor atende às próprias necessidades. De maneira geral, o trabalho remoto tende a preencher entre 25% e 75% do tempo de trabalho, de acordo com as consultorias de gestão, tecnologia da informação e outsourcing.
Com a junção dos dois tipos de regime de trabalho, uma definição atualizada de time híbrido consiste em uma equipe formada por pessoas que escolhem onde trabalhar. Desse modo, algumas delas atuam em tempo integral no escritório, outras full time em casa, enquanto um terceiro grupo alterna as duas modalidades ao longo da semana.
Essa tendência se confirma ao menos na preferência das equipes, que comprovaram adaptabilidade aos novos tempos, conforme pesquisa da Accenture produzida em março deste ano, com 9.326 trabalhadores em 11 países, incluindo o Brasil. Pela consulta, 40% dos entrevistados sentem que podem ser produtivos e saudáveis, seja em home office, trabalhando em local específico ou ainda em uma combinação de ambos os modelos.
Embora tome corpo a cada dia, a ideia dos times híbridos ainda encontra certa resistência entre lideranças. Levantamento da Society for Human Resource Management (SHRM), por exemplo, indicou que, nos Estados Unidos, 72% dos chefes preferem que os funcionários trabalhem no escritório. Além do mais, dois terços estão convencidos de que home office em tempo integral é prejudicial para os objetivos de carreira de seus colaboradores.
A opinião é chancelada por Peter Cappelli, diretor do Centro de Recursos Humanos e professor de administração da Wharton School of Business, da University of Pennsylvania. Em seu novo livro, Work from Home, Remote Work, and the Hard Choices We All Face, o especialista afirma que quem quiser subir na hierarquia da empresa terá que voltar ao escritório. Em outras palavras: quem optar pelo 100% online tem grandes chances de sair perdendo.
Estamos frente a uma mudança de hábitos que colide com uma reação cultural, sugere Johnny C. Taylor, CEO da SHRM. “O ditado 'longe dos olhos, longe do coração' explica por que esse sentimento existe entre os chefes e mostra como a ideia do trabalho cara a cara está profundamente arraigada em nossa cultura.”
É provável que a resistência esteja relacionada a uma concepção de “comando e controle”, que ainda prevalece na maioria das lideranças, o que pode determinar obstáculos para a transformação digital das companhias. Afinal, inovação exige, necessariamente, uma cultura colaborativa entre os diferentes níveis de hierarquia.
Para a gestão de times híbridos, a figura que se impõe é a do líder facilitador, em contraposição à liderança que adota o lema “comando e controle”. Jair Moggi, sócio-diretor da Adigo, consultoria de desenvolvimento de lideranças que trabalha com grandes empresas, explica que facilitador é o líder “coaching e comunicação” por excelência.
Essa interpretação coincide com a avaliação de Maya Middlemiss, especialista em trabalho remoto, com sede em Valência, na Espanha, para quem gerenciar uma equipe remota exige novas habilidades. “Muita gente está despreparada. Não é de se estranhar que estejamos tendo uma reação negativa, e que as pessoas que não se adaptaram bem a essa forma de gestão de grupo preferem ter todos de volta ao local de trabalho.”
Se, nos últimos meses, os gestores enfrentaram dificuldades para supervisionar times completamente remotos, é de se imaginar que gerenciar times híbridos, com pessoas em diferentes locais e às vezes até com fusos horários diferentes, será tão ou mais desafiador.
Como manter a comunicação entre os profissionais, de que maneira alinhar os objetivos e validá-los? Como preservar a proximidade com cada colaborador? De que modo incentivar a coesão de um time que não se encontra presencialmente? Como organizar as agendas? São perguntas que preocupam os gestores nessa fase de transição para novos sistemas de trabalho.
Veja algumas sugestões que poderão ajudar na gestão de times híbridos.
Não se deve subestimar também questões aparentemente subjetivas, como a sensação de isolamento e solidão dos que estão trabalhando remotamente. Fora isso, é preciso adotar ações para evitar rivalidades entre quem está presencial ou não, o que representaria grave prejuízo para a conexão do time.
É hora de adaptação e flexibilidade para encarar os novos tempos.
Leonardo Pujol e Paulo César Teixeira são colaboradores de HSM Management.
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