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Por que acreditar na juventude?

Engajados e críticos, jovens podem ser o combustível para a mudança nas empresas. Vamos dar oportunidades a eles?

Fernanda Lott

24 de Agosto

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Artigo Por que acreditar na juventude?

O Dia Internacional da Juventude foi celebrado em 12 de agosto. A data foi instituída em 1999 pela Organização das Nações Unidas (ONU), como resultado da Conferência Mundial dos Ministros Responsáveis pelos Jovens, em Lisboa, Portugal.

O principal objetivo da data é promover o papel dos jovens como parte essencial nos processos de mudança e encontrar um espaço que gere consciência sobre os desafios e problemas que eles enfrentam.

Atualmente, por meio do Programa Mundial de Ação para a Juventude, a ONU incentiva ações políticas e diretrizes que ajudam a apoiar a melhoria da qualidade de vida dos jovens de todo o mundo. A data é uma espécie de pretexto político-pedagógico que ajuda a mobilizar mais pessoas para se sensibilizarem sobre o tema.

Agora que você entendeu a importância do Dia Internacional da Juventude, em homenagem a esse dia, eu levanto o seguinte questionamento: o que a sua empresa está fazendo em prol dos jovens?

O bônus demográfico

O Brasil está passando por um momento único: estamos no auge do nosso bônus demográfico. O que significa isso? Nunca foi tão baixa a razão de dependência no país, que é a relação entre os chamados dependentes (crianças, adolescentes e idosos) e aqueles em idade para trabalhar. Pelo que apontam os estudos, temos até 2035 para aproveitar este cenário positivo.

Ou seja, temos 15 anos para investir em nossa próxima geração de trabalhadores - são 51,3 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos. Após este período, o bônus demográfico não estará mais do nosso lado.

Mas, o que estamos encontrando por aí? Desde o crescimento zero do PIB em 2014 vivemos uma crise que parece não ter fim. A taxa de desemprego no Brasil está acima dos 13%, mas só considera aqueles que estão efetivamente em busca de uma vaga. À medida que o isolamento social se enfraquece, esse número tende a aumentar. Estimativas apontam um desemprego de 20% ao final de 2020.

Como ficam os jovens nessa conta? De acordo com pesquisa do Conselho Nacional da Juventude, o CONJUVE, apenas 73% dos jovens que trabalhavam antes da pandemia continuam trabalhando. Desses, 16% tiveram a carga horária reduzida. A proporção é ainda menor entre os jovens pretos: apenas 69% continuam trabalhando.

Bem no momento em que deveríamos estar aproveitando a nossa força jovem, o cenário não é otimista, e a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus piora ainda mais a situação.

Os jovens também estão sentindo os mesmos receios. Ainda segundo a CONJUVE, 34% dos jovens estão pessimistas em relação ao futuro após a pandemia, 27% estão otimistas e 37% estão neutros.

Mas ainda dá tempo! Para o país tentar tirar o melhor dos 15 anos que restam do bônus demográfico, é preciso investir em ações para aumentar a oferta de emprego e universalizar a educação de qualidade. Os jovens são os nossos maiores ativos para correr atrás do tempo perdido!

Por que acreditar na juventude?

Os jovens podem ser uma força muito positiva para o desenvolvimento global quando recebem educação de qualidade e oportunidades para prosperar. Hoje existem 1,2 bilhão de jovens de 15 a 24 anos, o que representa 16% da população mundial.

O tema do Dia Internacional da Juventude de 2020, “Engajamento dos Jovens pela Ação Global”, destaca o envolvimento dos jovens nos níveis local, nacional e global e levanta a discussão sobre como essa representação da juventude pode ser significativamente aprimorada.

Os desafios que a humanidade enfrenta atualmente, como a pandemia do novo coronavírus e as mudanças climáticas, exigem uma ação global com envolvimento ativo da juventude.

  • Uma série de iniciativas voluntárias estão sendo desenvolvidas pelos jovens para apoiar as populações em risco ou afetadas pela pandemia, como a oferta de ajuda para comprar e entregar alimentos para idosos ou pessoas que fazem parte dos grupos de risco;

  • Centros de inovação tecnológica voltados para jovens estão apoiando startups para desenvolverem soluções eficazes para lidar com o Covid-19;

  • Por meio da disseminação de informações confiáveis sobre o novo coronavírus no meio virtual, os jovens estão combatendo efetivamente a desinformação online.

O próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, em mensagem especial para o Dia Internacional da Juventude, elogiou a resiliência, a desenvoltura e o engajamento das gerações mais jovens:

“Estes são os jovens que se levantaram para exigir ação climática. Que se mobilizaram por justiça racial e igualdade de gênero e são os campeões de um mundo mais sustentável. 

Eles são construtores da paz, promovendo a coesão social em um momento de distanciamento social, promovendo o fim da violência globalmente e defendendo a harmonia em um momento de crescente ódio. Muitos são os jovens que estiveram que estiveram na linha de frente da mobilização por justiça e ação climática, enquanto também serviam na linha de frente da resposta ao Covid-19.

Realizar a promessa desta geração significa investir muito mais na inclusão, participação, organizações e iniciativas dos jovens.

Peço aos líderes e adultos de todos os lugares do mundo que façam todo o possível para permitir que os jovens do mundo desfrutem de vidas com segurança, dignidade e oportunidade, e contribuam ao máximo para alcançar todo o seu grande potencial.”

Sim, a juventude é a nossa maior esperança de futuro! Precisamos garantir que ela continue tendo oportunidades. Precisamos garantir a qualificação dos jovens e estimular o engajamento que eles já demonstram diante das mais diversas causas. Precisamos aproveitar esse combustível em busca de um mundo mais justo, mais diverso e mais inclusivo. Principalmente no Brasil, precisamos lutar para nos beneficiar desse bônus demográfico.

Fica aqui a reflexão: será que estamos caminhando para esse objetivo? Será que realmente valorizamos a força jovem que tanto acredita em um futuro melhor?

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Autoria

Fernanda Lott

Content manager na Eureca, onde procura enaltecer a importância da humanização do trabalho, dos jovens talentos e da diversidade nas empresas.

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