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Liderança

4 min de leitura

O que o Mágico de Oz tem a ver com liderança

A protagonista Dorothy carregava todas as características de uma líder: coragem, empatia e criatividade. Só lhe faltava a consciência para se apropriar do poder que já detinha

Antonio Werneck

06 de Março

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Artigo O que o Mágico de Oz tem a ver com liderança

Estamos em ritmo de Oscar! E o clássico Mágico de Oz (1939), estrelado por Judy Garland, além de levar duas estatuetas, é uma grande parábola sobre liderança trazendo um exemplo perfeito e profundo sobre as três qualidades dos líderes do futuro: coragem, empatia e criatividade!

Esse musical se desenvolve em um enredo repleto de seres mágicos, fadas, bruxas e, claro, Oz.

Um furacão arremessa Dorothy, nossa heroína, para a Terra de Oz onde começa sua aventura para regressar à família, no Kansas, nos Estados Unidos. Somente o poderoso Mágico de Oz seria capaz de ajudá-la! Dorothy logo faz amizade com três personagens: um leão medroso que deseja ter coragem, um homem de lata que chora por não ter um coração e um espantalho sem autoestima, pois acredita que lhe falta um cérebro.

Oz concorda em dar aos nossos heróis aquilo que almejam com a condição de que lhe tragam a vassoura de uma temível bruxa. E aí que a aventura acelera, com desafios e perigos que ameaçam nossa trupe.

Vitoriosos, os quatro levam a vassoura ao Mágico apenas para terem uma terrível revelação: Oz era apenas... um charlatão! Com truques pirotécnicos, assustava a todos criando uma mística de poder e mistério que o protegia de sua frágil verdade: um homem simples e vulnerável como qualquer outro.

Desiludidos, todos protestam, e Dorothy sente que nunca mais poderá retornar ao Kansas.

Contudo, Oz revela que, para vencer a bruxa, o leão demonstrou invejável bravura, o homem de lata, uma inquestionável compaixão, e o espantalho, uma criatividade ímpar, pois foi ele quem descobriu como derrotar a bruxa. E Dorothy descobre que os sapatinhos mágicos que usava poderiam tê-la transportado de volta ao Kansas em um passe de mágica.

Moral da história: Oz nunca deu nada aos quatro algo que eles já não tivessem! Foi na jornada e nas conquistas que nossos amigos, como um verdadeiro time, chegaram ao seu objetivo maior, obtendo aquilo que mais almejavam.

E o que isso tem a ver com liderança? Tudo!

Cada um dos três amigos de Dorothy carrega uma das três qualidades dos líderes do futuro: coragem, empatia e criatividade. Cada um deles coloca isso a serviço da missão de ajudar a protagonista no seu objetivo, unindo-se para vencer a bruxa, fonte de intermináveis adversidades (como qualquer negócio enfrenta constantemente).

Nossa líder, por sua vez, demonstra ter todas as três, pois ela mesma possui coragem, compaixão e argúcia para encontrar forças e prover soluções superando obstáculos. Ela acredita ser possível voltar para casa e, reconhecendo que não conseguiria fazê-lo sozinha, forma seu time para atingir seu objetivo.

Imbuída de uma grande integridade e de uma lealdade inabalável por seus três companheiros (colaboradores), Dorothy os ampara nos momentos difíceis, demonstra resiliência e aprende ao longo do caminho. Ela sabia motivar seus colegas a perseverar e se superar, celebrando a conquista de um deles como se fosse a conquista de todos.

Ora, não é atribuição do líder criar condições para que as pessoas se sintam seguras e amparadas para darem o melhor de si?

Por fim, Dorothy reconhecia suas vulnerabilidades, mas não se rendia a elas. Não tinha receio de demonstrar fragilidade e de pedir ajuda, aceitando com humildade aquilo que um ou outro lhe oferecia no caminho.

Dorothy liderou seus amigos por perigos e forças desconhecidas por ter clareza do propósito que a movia: voltar para casa. No fim, o leão descobriu que tinha coragem, o homem de lata, um coração, e o espantalho, um cérebro! À Dorothy faltava-lhe apenas a consciência para se apropriar do poder que já detinha.

Dorothy carrega todas as características de uma líder: coragem, compaixão, criatividade, integridade, lealdade, resiliência, vulnerabilidade, formando times com clareza de propósito, superando metas e celebrando com a equipe. Ela engajava e motivava seu time na busca do objetivo maior, articulando o sentido de propósito e comunicando de forma clara “porque estamos juntos” e “o que vamos fazer juntos” daqui para a frente. Ao articular uma visão de futuro, o líder deve encontrar mecanismos éticos e humanos de entusiasmar e levar as pessoas a buscarem a concretização daquela visão.

Creio que hoje há um novo paradigma de liderança, lúcida e genuína, que procura se instalar.

Quando CEO de uma grande empresa de produtos de limpeza, testemunhei, em um evento que promovi, 150 colaboradores colocarem post-its em um painel gigante seus próprios exemplos de talento e liderança, derrubando assim a falácia de que o mundo se divide entre líderes e liderados. Aqueles que não acreditavam ter as qualidades necessárias à liderança e se resignavam à uma postura passiva, despertaram para o líder dentro de si e para o fato de que todos temos a capacidade de influenciar a vida de outros.

Cabe ao líder, acredito, mobilizar e canalizar as emoções que fluem em uma organização para a consecução de uma finalidade prática e concreta, potencializando o talento individual em talento coletivo, de uma equipe autoliderada.

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Autoria

Antonio Werneck

Antonio Werneck é fundador e CEO da Makesense Ltda. Foi CEO, entre outras, da Reckitt Benckiser, Santher e Bombril, além de conselheiro da Cia. Muller de Bebidas e J. Macêdo.

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