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Liderança, times e cultura

3 min de leitura

O papel da liderança na gestão ambidestra

Ambidestria exige uma mudança de mindset que vai muito além de apenas perspectiva e abordagem. Os líderes precisam se preparar constantemente para este tipo de ação.

Colunista Maria Augusta Orofino

Maria Augusta Orofino

14 de Março

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Artigo O papel da liderança na gestão ambidestra

Na última década, a expressão “inovação” se tornou obrigatória no ambiente corporativo. Desde então, empresas investiram pesado em novas tecnologias e ferramentas, buscando otimizar processos e criar produtos disruptivos. No entanto, muitas vezes elas negligenciaram um aspecto fundamental: a gestão de pessoas.

Mesmo investindo em tecnologia de ponta, essas organizações mantêm uma cultura de controle e microgerenciamento. Essa inconsistência cria um ambiente desmotivador, que sufoca a autonomia e a criatividade dos colaboradores.

Por isso, quando falamos em gestão ambidestra, é fundamental focar também no papel das lideranças na implementação dessa transformação cultural. Afinal, é a liderança ambidestra que poderá aliar ferramentas e processos com o elemento mais importante para a inovação: as pessoas.

O que é gestão ambidestra?

A gestão ambidestra é uma abordagem de negócios que busca o equilíbrio entre a eficiência operacional e a inovação. Essa estratégia entende que, para crescer no mercado de hoje, as empresas precisam ser capazes de navegar em duas frentes: uma que incentiva a criatividade e experimenta novos modelos; e outra que otimiza os processos já existentes e maximiza a eficiência da operação.

Porém, a ambidestria não delega a inovação a um único time ou departamento. Em vez disso, ela permeia toda a organização, criando um ambiente propício à experimentação e à aprendizagem. Essa mudança exige um esforço contínuo, liderado por indivíduos que compreendam e assumam os desafios dessa nova era.

Características da liderança ambidestra

Para implementar uma gestão ambidestra, é preciso investir fortemente em lideranças qualificadas, que estejam dispostas a abrir mão do controle e incentivar times autônomos.

Só assim é possível criar o ambiente com a criatividade e a experimentação necessárias para a inovação. Além disso, algumas outras habilidades são fundamentais:

● Abertura à mudança: É essencial que as lideranças ambidestras sejam receptivas a novas ideias e formas de fazer as coisas trazidas por seus liderados.

● Tolerância ao risco: Lideranças ambidestras criam um ambiente que permite o aprendizado com falhas, sem punir os erros. Só assim é possível investir em experimentação e inovação.

● Empoderamento das equipes: A autorresponsabilidade é um dos pilares da gestão ambidestra. Por isso, bons líderes delegam responsabilidades e confiam na capacidade dos colaboradores para tomar decisões. ● Diversidade: A diversidade de pensamentos, experiências e perspectivas é essencial para a inovação. Por isso, lideranças ambidestras promovem a inclusão e valorizam as diferenças. ● Decisões baseadas em dados: O uso da tecnologia pode ser um importante aliado para permitir decisões assertivas e acompanhar o desempenho da equipe, sem depender de microgerenciamento.

Implementando a gestão ambidestra

Para implementar a gestão ambidestra de forma eficaz, é importante comunicar de maneira clara a visão e os objetivos da área a todos os profissionais, garantindo que todos estejam alinhados e engajados com o propósito da organização.

Além disso, investir em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores é fundamental para capacitá-los a assumir novas responsabilidades e tomar decisões embasadas em dados.

Por fim, é imprescindível que a gestão ambidestra esteja alinhada com a estratégia mais ampla da empresa, garantindo que todas as iniciativas estejam direcionadas para os mesmos objetivos.

De forma geral, podemos dizer que a liderança ambidestra não é uma fórmula mágica, mas sim uma jornada que transforma a cultura organizacional. Ao abraçar essa nova forma de liderar, as empresas podem se preparar para os desafios do futuro e prosperar em um mundo em constante mudança.

Porém, é importante reforçar que o sucesso depende da participação de todos os colaboradores. Não se trata de um processo que acontece apenas entre as lideranças ou só na base. É necessário que toda a equipe colabore e incorpore essa mentalidade.

Gostou deste conteúdo? Que tal compartilhar suas impressões nos comentários? Vou gostar muito de saber como você entende o papel da liderança na implementação da gestão ambidestra. Até a próxima!

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Colunista

Colunista Maria Augusta Orofino

Maria Augusta Orofino

Palestrante, professora e consultora organizacional nas áreas de inovação, liderança inovadora e ambidestra e metodologias ágeis.

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