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Lifelong learning

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O dilema entre “aprender a ser” e “aprender a fazer”

No lugar de mais conteúdo, conexões e compromissos, está na hora de abrir espaço na sua agenda para o autoconhecimento. Mais do que na hora

Colunista Poliana Abreu

Poliana Abreu

12 de Maio

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Artigo O dilema entre “aprender a ser” e “aprender a fazer”

Demandados a aprender a fazer, buscamos mais conteúdos e formações que nos qualifiquem tecnicamente para resolver os desafios de negócios. Não há nada de errado com isso, mas existe outra necessidade crescente: o autoconhecimento. Afinal, para “fazer”, antes de tudo é preciso “ser”. Na HSM Expo 2019, Yuval Harari disse que “o avanço da tecnologia significa que governos e empresas estão cada vez mais próximos de hackear milhões de seres humanos”. Nesse processo, é fundamental seguir um conselho antigo: “Conhece-te a ti mesmo”.

Hoje há uma forte busca por lideranças conscientes, que precisam ser cada vez mais empáticas e inclusivas, com menos estresse, mais resilientes e com a saúde física e mental em dia. Ah, e entregando resultado. Só que ser uma liderança consciente implica desenvolver sua própria consciência, o que exige que a pessoa passe por uma “reforma interna” em um processo de autoconhecimento. Mas sobra tempo para isso?

Forma-se, assim, uma grande incoerência do mundo corporativo, e ficamos distantes da nossa essência e da inteligência da intuição. Buscar conteúdo, contatos e compromissos é mais fácil do que abrir espaço na agenda para a conexão consigo mesmo. E longe do “ser” não é possível identificar conexões e sincronicidades que tornariam nosso trabalho e nossas vidas mais leves e fluidos.

Para aprender a ser é preciso fazer uma jornada de aprendizagem mais longa, densa e complexa do que aquela por competências técnicas. E mais transformadora. Lideranças me contam que, nessa busca por “algo maior”, elas têm incluído abordagens para “autorregulação” nas suas rotinas – desde a prática de esportes até meditação e terapias energéticas. É um avanço, mas o “aprender a ser” precisa também estar, em maior escala, no cotidiano das organizações. E por que isso é importante?

Como me disse Wilma Bolsoni, CEO da Flow School, estamos no apogeu de uma sociedade que vive e se organiza de forma insana, e as pessoas adoecem mental e emocionalmente. Não à toa essa mesma sociedade também clama por inclusão, diversidade, humanidade, inovação, cooperação e mais amor. Para ela, os líderes “sentem que o mundo mudou rápido demais e que eles mesmos precisam mudar para continuar ‘cabendo’ nesse mundo de incertezas, desafios e novos códigos”.

Que tal investir em um plano de “lifelong learning sobre si” para continuar “cabendo” nesse mundo de incertezas? Estas cinco recomendações da Flow School podem ser incluídas no plano:

  1. Simplifique.
  2. Cuide do físico, do mental e do emocional.
  3. Diversifique vínculos e faça parte de grupos ou comunidades fora do trabalho.
  4. Inclua-se em sua agenda, fazendo coisas que lhe dão prazer.
  5. Medite e busque se conectar com o coração por meio de exercícios de respiração e visualização.

Se você quer continuar a fazer, é incontornável aprender a ser.

Artigo publicado na HSM Management nº 156.

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Colunista Poliana Abreu

Poliana Abreu

Poliana Abreu

Poliana Abreu é Diretora de conteúdo da HSM e SingularityU Brazil. Graduada em relações internacionais e com MBA em gestão de negócios, se especializou em ESG, cultura organizacional e liderança. Tem mais de 12 anos no mercado de educação executiva. É mãe da Clara, apaixonada por conhecer e viver em culturas diferentes e compra mais livros do que consegue ler.