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Desenvolvimento pessoal

4 min de leitura

Incentivador ou incentivadora. Você é?

Ajudar uma pessoa a enxergar suas potencialidades e incentivá-la a se (re)descobrir pode ser uma poderosa ferramenta de transformação

Colunista Luciano Santos

Luciano Santos

31 de Julho

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Artigo Incentivador ou incentivadora. Você é?

Eu acredito que todos devemos ser protagonistas das nossas próprias vidas, correr atrás dos nossos sonhos e fazer acontecer, mesmo que o vento esteja contra, que as condições sejam injustas e que o nosso esforço seja astronomicamente maior do que de outros ao nosso redor. O contrário disso é aceitar passivamente o que o mundo irá oferecer a você. Isso é algo que, para mim, sempre foi inaceitável.

Apesar dessa responsabilidade pousar em nossos próprios ombros, isso não quer dizer que os que estão ao nosso redor, as pessoas que vamos encontrar em nossa caminhada e os mentores, sejam eles escolhidos conscientemente ou não, não podem ajudar. Pelo contrário. Eles podem, e vão, ter um papel gigantesco em nossas vidas. Um papel que a gente talvez só se dê conta muito depois de eles acontecerem.

Outro dia parei para pensar em todas as pessoas que me influenciaram positivamente. Logo, me recordei de uma tia que me escutou cantar uma música do Bryan Adams (não me julguem!) no carro quando eu ainda era um jovem adolescente. Com um sorriso enorme, ela disse: "Lu, como você canta bem! Seu inglês está incrível, acho que você vai ser professor um dia”. Lembro dessas palavras como se fosse hoje e de como eu fiquei feliz e animado para estudar ainda mais a língua. Cheguei até pensar se deveria ou não me tornar um professor.

A minha tia é uma incentivadora. Como ela, encontrei muitos outros no meu caminho.

Lembro bem da minha amiga Viridiana que, um dia no trabalho, chegou com um catálogo da pós-graduação da faculdade Cásper Líbero e me entregou com alguns cursos grifados que ela achava que eu teria interesse. Acabei me matriculando, fazendo uma especialização em jornalismo, que me fez descobrir de forma ainda mais profunda a escrita e o que eu poderia fazer com ela.

Lembro do Fábio, um diretor que tive no começo da minha carreira, que, mesmo sabendo que eu estava enfrentando um problema de saúde e sendo aconselhado a me retirar do processo interno que eu participava, fez questão de falar comigo, entender o meu momento e sugerir que eu seguisse com foco em minhas habilidades. Ele me contratou.

Tenho também a lembrança de um gerente, o querido Jan, que tive durante o meu tempo trabalhando no UOL. Ele era norueguês, morou muitos anos nos EUA e tinha um inglês perfeito. Ele também sempre me incentivava a estudar a língua, tirava minhas dúvidas e falava da importância de ter fluência. Ele foi um dos grandes responsáveis por eu levar os meus estudos para um outro nível.

E o Jorge? No começo da minha carreira no Google, um dia ele me chamou para um café e disse que, ao me observar, achava que eu levava jeito para liderar pessoas e deu algumas dicas de comportamentos e conhecimentos que eu deveria adquirir ou melhorar. Ele também acendeu uma chama que eu nem sabia que existia em mim e, alguns anos depois, me inspirou a começar a minha jornada como líder de pessoas. Estou nela até hoje.

Lembro da Shalini, uma diretora Indiana que tive que, em uma de nossas conversas sobre performance, disse que eu tinha um brilho no olho, uma flexibilidade de comportamento e que não tinha dúvidas que eu poderia ir longe se quisesse. Ela me fez olhar para ela e repetir o que disse, para que tivesse certeza que eu também acreditava naquilo. Poucas vezes na vida eu saí tão motivado de uma conversa.

O incrível é que estes incentivos, algumas vezes, vêm de pessoas que não esperamos ou até mesmo não conhecemos. O grande Marc Tawil é um bom exemplo disso. Como membro do conselho editorial da Revista HSM, ele me indicou para ser colunista da publicação. E não só isso: ele me ligou para me contar o porquê acreditava que eu seria uma boa pessoa para realizar o trabalho. Então, se não fosse pelo Marc, você não estaria lendo esse artigo e todos os outros que escrevi aqui até hoje.

Eles são apenas alguns de todos os incentivadores que cruzaram o meu caminho,

Eu sou imensamente agradecido por ter cruzado com tantas pessoas incríveis que, ao olharem para mim, viram não apenas o que eu era, mas o que eu poderia ser. Esse é um exercício que eu recomendo para todos: feche os olhos e comece a lembrar de todas as pessoas que, de uma forma ou outra, foram seus incentivadores. Possivelmente você lembrará com carinho de muitos.

E sabe? Mesmo sem perceber, eu me tornei um incentivador. Também gosto de olhar para as pessoas e ver o que mais existe que ainda não apareceu, não se descobriu e poderia emergir. Todo mundo pode, e deve, ser mais do que é.

Um momento, uma dica, uma percepção ou uma hora do nosso tempo, dedicado a ajudar alguém a se encontrar ou melhorar, pode mudar uma vida inteiramente. E o melhor: não custa praticamente nada, mas pode valer ouro para quem recebe.

Ser um incentivador faz o mundo ser um lugar melhor. Seja um.

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Colunista

Colunista Luciano Santos

Luciano Santos

Luciano Santos

Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

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