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Desenvolvimento pessoal
27 Junho | 2023
Gestão de projetos pode ajudar na maternidade
6 min de leitura
Desenvolvimento pessoal
5 min de leitura
Como é possível, na prática, manter uma atitude atenta, aberta e direcionada ao aprimoramento profissional
Augusto Júnior e Davi Lago
09 de Março
As mudanças significativas, em qualquer aspecto da vida, são sempre graduais: ocorrem lentamente, uma gota de cada vez. Um rio não é poluído em uma tarde, mas em anos de despejo de substâncias químicas que terminam por contaminá-lo. Uma grande empresa não quebra de uma vez, mas com o acúmulo de decisões erradas que conduzem à bancarrota.
Claudio Galeazzi, conhecido pelas reestruturações que realizou em grandes empresas brasileiras, destaca que a incapacidade em repensar continuamente o próprio trabalho é causa de inúmeros fracassos profissionais: “quem não se repensa, quebra”. Segundo Galeazzi, a maioria das empresas brasileiras do século passado que não valorizou a revisão de procedimentos quebrou: “Mesbla, Mappin, TV Manchete, Banco Bamerindus, Arapuã, Varig... gigantes que foram consideradas ‘empresas do ano’ e, ironicamente, quebraram no ano seguinte”. Assim, as más mudanças são como goteiras: os pingos de letargia podem se acumular, gerando infiltrações que resultam no desabamento do “teto” profissional.
Mas a mesma constatação é válida no aspecto positivo: as boas mudanças são como uma poupança: de moeda em moeda, de rendimento em rendimento, é construído um sólido patrimônio para o futuro. James Clear, autor do best-seller do New York Times Atomic Habits (Hábitos atômicos) afirma que o crescimento gradual oferece três vantagens: (1) ensina o valor dos nossos pontos fortes; (2) remove a pressão exercida por outros; (3) revela como as mudanças realmente acontecem em nossas vidas. É uma armadilha supervalorizar momentos únicos em detrimento do conjunto de mudanças graduais que fundamentam as grandes transformações. Portanto, repensar a carreira não deve ser uma atitude isolada para momentos críticos, mas um hábito integrado aos afazeres diários.
A pergunta que se levanta é clara: como é possível, na prática, manter uma atitude atenta, aberta e direcionada ao aprimoramento? Nossas vidas já são tão corridas, tão atarefadas, tão cansativas. Como manter um crescimento pessoal contínuo? O segredo é discreto: precisamos reconhecer a lógica dos investimentos de médio e longo prazo, e realizar pequenos avanços. Não sucumba ao imediatismo. Não subestime as melhorias graduais. Uma gestão sensata da carreira não cai em extremos: nem se desespera com a necessidade de mudar, nem despreza a importância das pequenas mudanças.
Baseados nestes princípios, podemos apontar três aspectos da carreira que podem ser gradualmente melhorados, otimizados, gerando horizontes promissores no curso do tempo. São estratégias de “slow growth” (crescimento lento) aplicáveis a qualquer carreira:
A comparação obsessiva e acrítica com a performance dos outros é pura ingenuidade, assim como o comodismo. Não seja escravo da opinião alheia, mas também não se acomode com seus próprios padrões. Uma atitude básica a ser cultivada no longo termo é o aprimoramento gradual da sua própria performance profissional. Estabeleça pequenas metas para você mesmo. Aperfeiçoe ao menos um dos fatores da sua produção. Ainda que o trabalho não exija melhores desempenhos de você, mantenha sua mente atenta.
Ferdinand Fournies, renomado consultor em vendas, afirma que os profissionais eficientes ampliam suas possibilidades quando param de adular a si próprios – dizendo “você é o máximo” – e passam a ponderar pacientemente – “você pode melhorar”. Neste ano de Olimpíadas em Tóquio vale ressaltar a lógica dos atletas de alto rendimento: não se conquista medalha com algumas semanas de treinamento intensivo.
Pequenas inércias prejudicam gradualmente uma carreira profissional até torná-la obsoleta. Em 2005, Steve Jobs encerrou seu célebre discurso aos formandos da Universidade Stanford, dizendo: “mantenham-se famintos, mantenham-se tolos”. Jamais se considere um sabe-tudo. É necessário usar melhor o tempo livre e atualizar leituras, pesquisar sites nacionais e estrangeiros, assistir a documentários úteis, ouvir podcasts inspiradores, adquirir revistas especializadas de sua área de atuação.
Vale a pena investir tempo selecionando conteúdos pertinentes, e distribuindo-os pela agenda semestral. Estabeleça um plano de assimilação de conteúdos compatível com sua rotina e realidade. É melhor uma boa reportagem lida, do que um grande livro fechado. Se, por alguma razão, não é possível fazer um curso de especialização no momento, participe de uma boa palestra. O ponto central é: atualize-se um pouco, sempre.
Todo mundo sabe o quanto é difícil acompanhar todas as tendências do mercado financeiro, dos hábitos de consumo e da cultura contemporânea. Contudo, apesar do caráter volátil e instável da sociedade global, existem mudanças que chegam para ficar; são mudanças estruturais. A gestão da carreira deve levar isso em conta. Estar inteirado dos temas de longo prazo é elementar, não existem atalhos, não adianta negar a realidade.
Por exemplo: Jonathan Portes, professor de economia do King’s College em Londres, afirma que os trabalhadores devem levar a sério o fato de que as grandes empresas empregarão cada vez menos força de trabalho: “a General Motors empregou 600 mil pessoas em 1979, enquanto a equipe total do Google hoje é de apenas 60 mil”. Segundo Portes, as grandes firmas de tecnologia tendem a expandir seu capital com softwares, não com empregos.
Ao invés de negar o fato de que as mudanças ocorrerão, ou fingir que elas não existem, é mais inteligente assimilar gradualmente as novas regras do jogo. Eric Shinseki, general do exército americano, disse: “Se você não gosta da mudança, vai gostar ainda menos da irrelevância”. Portanto, assimile aos poucos as grandes mudanças do mercado e da sociedade, não deixe para depois.
Melhore um pouco todos os dias e aumente sua competência e assertividade profissional. São as mudanças graduais que geram as mais importantes revoluções individuais e coletivas. Como afirmou Viola Davis, atriz vencedora do Oscar: “Tudo o que você precisa fazer é mover as pessoas só um pouquinho para as mudanças acontecerem. Não precisa ser algo enorme”.
Davi Lago e Augusto Jr
Augusto é Diretor de Relações Institucionais do Instituto Four, Coordenador da Lifeshape Brasil, Professor convidado da Fundação Dom Cabral, criador da certificação Designer de Carreira e produtor do Documentário Propósito
Davi Lago é coordenador de pesquisa no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP, professor de pós-graduação na FAAP e autor best-seller de obras como “Um Dia Sem Reclamar” (Citadel) e “Formigas” (MC). Apresentador do programa Futuro Imediato na Univesp/TV Cultura
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