
Cultura organizacional
27 Novembro | 2023
Cultura de desenvolvimento para o crescimento sustentável da organização
3 min de leitura
Nos últimos sete meses, a principal preocupação das empresas foi sobreviver à crise desencadeada pela pandemia do coronavírus. Apenas sobreviver, no entanto, não basta. Voltar a crescer é essencial para que os negócios sigam gerando empregos, movimentando a economia e impulsionando o país para frente. Mas o que empreendedores e empreendedoras precisam para retomar o rumo dessa trajetória, fazendo a roda voltar a girar?
Um dos elementos essenciais é o acesso a capital, combustível para o crescimento das empresas. Tendo esse cenário em vista, a Endeavor – organização global sem fins lucrativos que apoia o empreendedorismo de alto impacto – lançou o Mapa de Acesso a Capital. O documento, construído com apoio da EY e da EDP Ventures, orienta quem tem um negócio sobre como tomar as melhores decisões financeiras para crescer. Nele, mentores e parceiros esclarecem os principais desafios de empreendedores e empreendedoras, mapeados a partir de mais de 400 interações com as empresas da rede Endeavor ao longo dos últimos 5 anos.
Como o acesso a capital funciona na prática? Qual é o cenário para as empresas que precisam levantar recursos hoje? Qual o impacto disso para as empresas? Essas e outras perguntas são respondidas abaixo por Renata Mendes, gerente de Políticas Públicas da Endeavor, Raquel Teixeira, sócia-líder de Private da EY no Brasil e América do Sul e líder dos programas Winning Women e Empreendedor do Ano, e Rosario Cannata, gestor de investimentos da EDP Ventures. Confira:
Raquel Teixeira: A crise mudou os hábitos de consumo da população, gerando aumento ou redução de demandas por determinados produtos e serviços. As empresas tiveram de se adaptar a uma nova realidade e os negócios foram atingidos de diferentes maneiras, tirando alguns projetos que ainda estavam na gaveta, principalmente aqueles ligados à transformação digital. E isso exigiu o levantamento de maior capital, antes previsto para outras iniciativas. Cada empresa deve analisar o que é melhor dentro da sua realidade antes de decidir qual caminho seguir na hora de captar esses recursos.
Rosario Cannata: Quando encontramos empreendedores que estão captando capital pela primeira vez, as dúvidas mais comuns são sempre relacionadas ao instrumento que poderá ser utilizado na rodada, como mútuo conversível ou equity investment, ao possível valor da transação e ao envolvimento dos investidores na governança da empresa. Na EDP Ventures, nós investimos muito tempo na construção do contrato e na estruturação da governança em conjunto com a startup. Daí a importância de uma plataforma como o Mapa de Acesso a Capital, que explica em detalhes todas as alternativas do mercado para que os empreendedores estejam o mais informados possível no momento da tomada de decisão.
Renata Mendes: O Mapa de Acesso a Capital é um guia completo e inédito no Brasil que oferece conceitos, instruções e boas práticas para acessar nove alternativas de financiamento para empresas: investimento anjo, seed, série A/B, growth capital, private equity, capital de giro, linhas de crédito, debêntures e venture debt. O objetivo do mapa é ajudar os empreendedores e empreendedoras a tomar melhores decisões de acesso a capital, de acordo com o momento e a estratégia de crescimento da empresa, para que possam ir atrás do principal combustível para escalar seus negócios.
Até hoje, não existia um material que mapeasse todas as opções de acesso a capital no país, muito menos o passo a passo de como conseguir o financiamento ou investimento. O MAC é de empreendedor para empreendedor: o material tem o viés do empreendedor, mostrando o que é melhor pra ele – algo difícil para ele conseguir em outro lugar. Por isso, o Mapa vai ajudar muitos empreendedores a sanar as dores causadas pela falta de conhecimento e preparação acerca do processo de acesso a capital.
Renata Mendes: Criamos o Mapa com o objetivo de oferecer as ferramentas necessárias para que os empreendedores se sintam preparados para ir atrás de capital para impulsionar o crescimento de seus negócios, entendendo seus desafios, momento e qual forma de financiamento procurar. A diferença é que a Endeavor, juntamente de EY e EDP, desenvolveu um material com o apoio de mais de 40 mentores da sua rede, especialistas de mais de 25 organizações especializadas, como redes de investidores, fundos e assessorias, e com insights colhidos durante mais de 400 mentorias com empreendedores realizadas nos últimos cinco anos.
Além disso, o guia também oferece mapeamentos de players do ecossistema. Conhecemos muito de perto o que dói na jornada dos empreendedores. Construímos um material que é "de, por e para empreendedores", além de ser o único no país a reunir todas as opções e orientações para acessar capital, seja via financiamento ou investimento.
Raquel Teixeira: As operações de dívida, se bem estruturadas e adequadas ao fluxo de caixa do projeto, possuem o potencial de aumentar o valor do negócio para o acionista. Isso ocorre todas as vezes que o capital de terceiros via operação de crédito é empregado em um negócio com taxa de retorno superior à de captação. As companhias alavancadas corretamente também tendem a possuir uma maior liquidez, o que contribui para a aceleração dos planos de investimentos. No entanto, as operações de dívida usualmente exigem garantias reais da empresa devedora e impõem à operação uma necessidade de disciplina e capacidade de geração de caixa capazes de garantir o repagamento.
Por outro lado, se as operações de equity não pressionam o caixa das companhias, elas têm como efeito colateral a diluição da participação societária. Os novos sócios têm como tese de investimento que aquele capital injetado contribuirá para o incremento do valor do negócio e a consequente valorização de suas ações compradas. Portanto, também possuem o direito de interferir na gestão do ativo. Não há um modelo mais adequado, mas é comum que empresas em estágio inicial de desenvolvimento não tenham risco de crédito consolidado, o que dificulta o acesso às dívidas de maneira competitiva e, consequentemente, tenham o equity como uma alternativa mais viável de acesso a capital.
Rosario Cannata: Num ano em que o consumo será naturalmente mais baixo, as empresas mais capitalizadas serão aquelas que vão sobreviver melhor à crise e retomar mais rapidamente o ritmo de crescimento no curto prazo. Mais capital garante mais capacidade de reter talentos e clientes, mais chance de “pivotar” o modelo de negócio readaptando produtos e serviços ao novo contexto e mais possibilidade de ocupar o espaço deixado por concorrentes em crise.
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