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Dilma Campos, CEO da Nossa Praia e B&P Partners, ao lado de Ligia Mello, trazem perspectivas enxergadas no SXSW que ressoam no público brasileiro. Desta vez os assuntos giram em torno das 5 incertezas colocadas por Amy Webb, no Tech Trends Report 2024.
Dilma Campos
12 de Março
Plateia lotada e fila gigante para entrar em uma das mais aguardadas palestras do South by Southwest: Amy Webb divulgando seu Tech Trends Report 2024, documento com 979 páginas e 666 tendências de tecnologia em 16 áreas diferentes. Inteligência artificial, Web 3, Bioengenharia, Energia e Clima, Saúde e Medicina e Entretenimento são algumas das categorias do detalhado report.
Apesar de muito aguardado, Amy, que é fundadora e CEO do Future Today Institute, já errou em previsões de anos anteriores – pelo menos no timming em que elas aconteceriam. Como quando ela disse que os smartphones acabariam a partir de 2024. De qualquer maneira, é sempre bom fazer uma imersão nesse exercício de futurologia, não só para absorver as inovações que podem mudar a maneira como vivemos, como para entender sua aplicabilidade no Brasil.
E é exatamente isso que estamos fazendo nessa série de artigos. Em parceria com Ligia Mello, sócia e CSO da Hibou, a Nossa Praia está trazendo os principais temas que acontecem aqui no SXSW para entender a percepção dos brasileiros a respeito desses conteúdos.
Esta pesquisa é feita por painel digital e, para este artigo, foram ouvidos 1.904 brasileiros maiores de 18 anos, de todas as classes sociais e gêneros, em uma pesquisa que tem 2,2% de margem de erro e 95% de intervalo de confiança, em 11 de março.
A palestra de Amy começou com um agradecimento à presença dos brasileiros, brincando com nossa fama de não gostar de acordar cedo. Depois desse momento de descontração, o assunto ficou sério: o primeiro alerta da futurista é o de que vamos viver um superciclo tecnológico nos próximos anos, com o poder concentrado nas mãos de poucas pessoas.
E este superciclo é influenciado por três forças: inteligência artificial, ecossistemas conectados e biotecnologia. Para ela, esses três segmentos irão redefinir nossa relação com o mundo a partir de agora.
Como a repercussão do Tech Trends já foi amplamente divulgada na mídia, resolvi trazer as 5 incertezas apresentadas por ela para a reflexão e discussão dos brasileiros. Acompanhem as respostas exclusivas da nossa pesquisa:
1) Com que rapidez a IA revolucionará os negócios e de que forma?
Para mais da metade dos brasileiros, a preocupação principal é o uso dos dados pessoais: 53% acreditam que, com a IA, as empresas terão cada vez mais dados de seus consumidores, aumentando a preocupação com a privacidade dos dados e a regulamentação do seu uso. Em segundo lugar vem a preocupação com o emprego: 45% acreditam que, à medida que a IA assume mais responsabilidades, as empresas devem gerenciar a perda de empregos e reorganizar seus funcionários em novas funções, evitando uma repercussão negativa (veja os demais itens na imagem 1).
2) Que desafios globais a bioengenharia será capaz de enfrentar?
A preocupação com o impacto ambiental dos alimentos está no topo da lista: 46% dos participantes concordam que a bioengenharia promoverá novas descobertas ou novos produtos na área alimentar, que podem aprimorar a nutrição, produzir ingredientes sustentáveis e proteínas alternativas. Em segundo lugar (37%) aparece o aumento da longevidade da população, que continuará ativa no mercado de trabalho, fazendo com que as empresas desenvolvam condições de trabalho mais flexíveis. A produção econômica de produtos farmacêuticos é o terceiro desafio que pode ser impactado pela bioengenharia: 35% acreditam que avanços na área trazem oportunidades para enfrentar as desigualdades no planeta (imagem 2).
3) Como os países e as empresas se comprometerão com a descarbornização?
As empresas têm papel crucial na descarbornização. Para mais da metade dos participantes (51%), empresas que adotam e integram estratégias sustentáveis serão capazes de atrair uma base maior de clientes. O painel também alerta para o fato de que as empresas estão muito preocupadas com o ganho financeiro atual e não planejam o futuro, em que novas tecnologias e regulamentações podem tornar seu negócio inviável (38% dos participantes). A preocupação com os custos de implementação destes processos com foco em sustentabilidade para pequenas e médias empresas (PMEs) está no terceiro item da lista, com 29% de respondentes (imagem 3).
4) Como os humanos priorizarão seus ambientes de trabalho no futuro? Como serão esses locais de trabalho preferidos?
A inteligência artificial volta novamente ao foco de preocupação dos dois itens mais escolhidos pelos participantes: 38% se preocupam com os desafios culturais e éticos do uso da IA no trabalho, além de preocupações com desemprego e realocação de profissionais. Em segundo lugar (34%) vem a preocupação com a segurança cibernética, em especial com o risco das deep fakes, que representam um risco de segurança para ambientes de trabalho remoto (imagem 4).
5) No contexto do crescente protecionismo e das tensões geopolíticas, qual é o futuro da indústria global de fabricação de chips?
Para a quinta incerteza de Amy Webb, 36% dos brasileiros acreditam que as empresas de tecnologia devem se responsabilizar por encontrar alternativas que possibilitem sanar os desafios de escassez e monopólio na fabricação de chips. A segunda opção (35% dos brasileiros) seria investir em produção local ou regional para reduzir a dependência dos mercados globais, gerando empregos no país. Desenvolver uma rede alternativa de operação para mitigar riscos de tensões geopolíticas é a saída para 33% dos participantes da pesquisa (imagem 5).
CEO e Partner da Nossa Praia e Head de ESG da BPartners.co Conselheira da Universidade São Judas, 99 jobs, Ampro – Associação de Marketing Promocional, São Paulo Companhia de Dança e Solum Capital.
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