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Quer fazer parte de um conselho?

Então, é preciso fazer a lição de casa, e estas 7 questões podem ajudar você a refletir

Colunista Joseph Teperman

Joseph Teperman

30 de Setembro

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Artigo Quer fazer parte de um conselho?

De uns tempos para cá, o número de pessoas que me procuram querendo ser conselheiro aumentou muito. Antes de assumir uma posição em um conselho, a primeira pergunta que você deve se fazer é o que te leva a querer isso. Seguir o caminho natural da carreira? Devolver para a sociedade o que recebeu? A remuneração? A vontade de dar conselhos? Status? Um título no Linkedin? 

Já as perguntas que eu costumo fazer são: o que você já sabe sobre governança e conselhos? E sobre a responsabilidade civil e criminal que você passa a ter no minuto que assume a posição?

O conselho fiscal, por exemplo. Apesar do nome, que pode dar a falsa ideia de conexão com impostos e taxas, ele existe para fiscalizar os atos da administração e garantir que estejam em linha com o objeto social, conforme definição do IBGC:

"Conselho fiscal, parte integrante do sistema de governança corporativa, é responsável principalmente, por fiscalizar a atuação dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários, bem como agregar valor aos sócios por trazer um monitoramento independente”

Muita gente já me disse que quer ser conselheiro pois dá bons conselhos, o que me faz lembrar o Dr. Jorge Gerdau, que resume a compreensão do que é governança e o papel do conselho em três letras: ADM - Avaliar, Definir e Monitorar o que será feito e está sendo entregue pela diretoria (boa sigla para a memorização, mas na prática a ordem é DAM ou DMA).

Talvez parte dessa confusão se deva ao fato da tradução de “board of directors” ter se transformado em “conselho administrativo” no Brasil. Em inglês o conselheiro é um “non executive director”, ou seja, um diretor que não executa. 

O CEO, Chief Executive Officer, é aquele ou aquela executiva que executa - com perdão da redundância -, e se reporta aos que não executam.

Como alguns amigos já me disseram no IBGC, conselheiros devem ter “nose in, fingers out” - nariz dentro, dedos fora.

Quer se destacar quando você entrar em contato com um headhunter ou um colega para dizer que você quer participar de conselhos? Uma dica simples que tenho dado para meus clientes de mentoria é fazer a lição de casa antes, respondendo a estas sete questões: 

  1. Quais setores você quer e o por quê?

  2. Qual o porte da empresa?

  3. Conselho de administração, fiscal ou consultivo?

  4. Qual estágio de governança a empresa deve estar e o por quê?

  5. Quais empresas e setores você não quer de jeito nenhum e quais gerariam conflito de interesse?

  6. Fora o seu desejo, o que de fato você agrega ao conselho que quer fazer parte? Quais competências você desenvolveu que a empresa e/ou o setor que você quer gerar impacto não tem?

  7. Se você ocupa cadeira executiva, de que forma esse conselho se conecta com o seu projeto atual e o futuro?

Dica final: o conselho é um colegiado e a decisão é colegiada. Leia os ótimos livros “A caixa preta da governança”, da Sandra Guerra e o “Dimensão humana da governança corporativa” do Herbert Steinberg com Bengt Hallqvist, Floreal Rodriguez, Guilherme Dale, José Monforte e Roberto Faldini.

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Colunista Joseph Teperman

Joseph Teperman

CEO da Amrop INNITI, Board Member, Lifelong Learner, Anticarreirista

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