fb-embed

2 min de leitura

Por que eu vim para o Vale do Silício

Para quem tem o objetivo de ser um empreendedor serial, a região tem três diferenciais inigualáveis

Luciano Bueno

18 de Abril

Compartilhar:
Artigo Por que eu vim para o Vale do Silício

Muitas pessoas já sabem que o Vale do Silício é um dos melhores lugares do mundo para quem busca empreendedorismo, inovação e tecnologia, mas poucas entendem de verdade o que torna esse lugar tão especial. Especial a ponto de eu ter mudado radicalmente minha vida no fim do ano passado para fixar residência aqui. 

O empreendedorismo fez parte da minha história muito cedo – por necessidade. Tive de trabalhar desde pequeno para ajudar em casa. Aos 12 anos, vendia de tudo um pouco – videogames, roupas, aqueles “tênis-patins”. Comecei a me sustentar inteiramente aos 16, quando abri meu primeiro e-commerce. Aos 19, fui cursar administração de empresas e, em paralelo, trabalhar. Trabalhei na consultoria Deloitte, onde conheci melhor o mundo da gestão . Trabalhei em um fundo de venture capital, o Arpex Capital, onde conheci melhor o mundo do empreendedorismo. Só que, um belo dia, fui parar em San Mateo, Califórnia, uma das cidades do Vale do Silício. E tudo mudou.

Aconteceu assim: fui selecionado para estudar na Draper, uma universidade nada convencional focada em formar empreendedores no Vale. No curso, intenso, aprendi a calcular valuation e a fazer business plan, e também a vender underwear na rua (risos). Também treinei por uma semana com os US Navy Seals, exército de elite norte-americano, para aprender a não ter medo de falhar, a criar resiliência, a liderar... 

A Draper foi minha estreia no Vale. Depois, devo ter vindo mais umas 15 vezes, até perceber que precisava ficar aqui em definitivo e “aplicar” para o Greencard. Fiz isso não só pela empresa de nanotecnologia têxtil que fundei, a Horvath Clothing Co., para a qual levantei investimento com o célebre Tim Draper, da universidade homônima. (E a Horvath vai bem, obrigado.) Fiz também porque estou em uma nova empreitada. 

Se existe um canto no planeta responsável por minha coragem empreendedora, é aqui. A responsabilidade tem várias explicações, mas destaco três:

Mindset. Significa que, no Vale, não importa de onde você veio; você pode sonhar coisas que parecem impossíveis. E, pelo fato de sua origem não importar, sempre vai ter gente disposta a ajudar você para o sonho virar realidade. 

Ecossistema. Para mim tem a ver principalmente com a universidade e os professores. Frequentemente alunos das universidades daqui recorrem aos professores para empreender; o professor ajuda dando mentoria e fazendo conexões com potenciais clientes e investidores. Já pensou uma coisa dessas no Brasil?

Capital e liquidez. O acesso a capital já era fácil em 1940, pelos juros baixos e excesso de capital; os fundos de pensão tomavam mais riscos para ter retornos maiores. Mas alta liquidez também ajuda – em 2018, houve 190 IPOs nos EUA.

Moro em San Francisco, onde todos os dias sou inspirado por fatos surpreendentes. Um dia, é um robô fazendo entregas. Noutro, um hambúrguer de carne artificial. Isso também me inspira a empreender. E, agora, vou inspirar você.

Compartilhar:

Autoria

Luciano Bueno

Luciano Bueno é um empreendedor brasileiro radicado nos EUA, com experiências em consultoria, venture capital e empreendedorismo. É cofundador e CEO da Horvath Clothing Co., startup de nanotecnologia têxtil, e está a caminho de ser empreendedor serial. Participou do Shark Tank Brasil e integra a seleta lista Forbes 30 Under 30.

Artigos relacionados

Imagem de capa Evitando o escoamento de dinheiro público: a revolução das Cidades-Esponja

ESG

26 Julho | 2024

Evitando o escoamento de dinheiro público: a revolução das Cidades-Esponja

A crescente frequência de desastres naturais destaca a importância crucial de uma gestão hídrica urbana eficaz, com as "cidades-esponja" emergindo como soluções inovadoras para enfrentar os desafios climáticos globais e promover a resiliência urbana.

Guilherme Hoppe

6 min de leitura

Imagem de capa Uma reflexão sobre o chamado “Networking”

Gestão de pessoas

22 Julho | 2024

Uma reflexão sobre o chamado “Networking”

Como podemos entender e praticar o verdadeiro networking para nos beneficiar!

Galo Lopez

2 min de leitura

Imagem de capa Inteligência artificial no trabalho: estratégia ou desespero?

Transformação Digital

19 Julho | 2024

Inteligência artificial no trabalho: estratégia ou desespero?

A inteligência artificial (IA) está no centro de uma das maiores revoluções tecnológicas da nossa era, transformando indústrias e redefinindo modelos de negócios. No entanto, é crucial perguntar: a sua estratégia de IA é um movimento desesperado para agradar o mercado ou uma abordagem estruturada, com métricas claras e foco em resultados concretos?

Marcelo Murilo

13 min de leitura

Imagem de capa SHIFT: Um novo modelo de gestão para liderar na complexidade

Gestão de pessoas

17 Julho | 2024

SHIFT: Um novo modelo de gestão para liderar na complexidade

Conheça o framework SHIFT pela consultora da HSM, Carol Olinda.

Carol Olinda

4 min de leitura