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Marketing e vendas

5 min de leitura

Por que a web3 não é mais apenas um hype

Conheça as possibilidades e aplicações efetivas dessa nova tecnologia; há pelo menos três uso práticos muito claros para as marcas

Colunista Eduardo Paraske

Eduardo Paraske

24 de Dezembro

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Artigo Por que a web3 não é mais apenas um hype

Imaginemos a web3 como um potente ecossistema repleto de possibilidades. Mas, no cerne de toda inovação tecnológica do momento, permanece uma pergunta inquietante: a deslumbrante tecnologia por si só é suficiente, ou será que precisamos criar um ambiente onde todos possam participar, se beneficiar e agregar valor?

A nova fase da internet oferece oportunidades para marcas e empresas aprimorarem a experiência do consumidor, expandirem seus negócios e estabelecerem confiança com seu público-alvo. Ao acompanhar as tendências e avanços no tema, as marcas podem se manter relevantes e competitivas no mercado. Assim como as pessoas físicas, que também podem encontrar alternativas de negócio nesta nova era digital.

E tem mais, a partir da descentralização possibilitada pela web3, há uma maior segurança e confiança nas relações entre os usuários virtuais. Além disso, a tokenização de ativos pode oferecer a oportunidade de democratizar o acesso a diversos tipos de serviços, sejam financeiros ou intelectuais, por exemplo.

As marcas precisam estar vigilantes em relação à web3 e não se deixar levar apenas pelo seu "hype". Isso significa, que não é simplesmente falar sobre as oportunidades que ela traz, mas sim, torná-las aplicáveis e tangíveis por meio de um planejamento estratégico e visão de futuro, atrelados sempre ao DNA de inovação.

Aqui vão três possibilidades de aplicação da web3 bem claras:

• Marketing e comunidade: Permitindo a construção de relacionamentos mais próximos e diretos com os consumidores, além da implantação de sistemas de comunicação de protocolo para carteiras digitais, bem como a co-criação e a construção de comunidades, aumentando assim a conexão dos clientes com uma marca, indo da experiência até a participação e propriedade.

• Identidade e gestão de dados: Possibilitar a criação de soluções que permitam a gestão de dados digitais, que atuem em uma forma de privacidade seletiva, bem como auxiliem na identificação de usuários que passam do mundo físico para o virtual. Pode também permitir a criação de protocolos sociais e comunidades, que venham a gerar: espaços onde as pessoas possam se relacionar, como por exemplo comunidades fechadas e somente acessadas via tokens.

• Virtualização: Fazendo com que seja possível trazer e inserir ativos físicos para o mundo digital e vice-versa.

As marcas precisam ir além e pensar diferente quando o assunto é a web3, não é mesmo? Isso porque, os usuários desejam utilidade e valores reais. O que importa aqui não é a tecnologia empregada. O foco deve ser o usuário. Afinal, de nada adianta lançar um NFT, se esse não tiver nenhum valor agregado, ou só porque está na moda fazê-lo e não saber como e para que ele funciona, entende? Ou seja, devemos orientar o usuário para que esse possa interagir no momento certo com um ponto de contato da marca.

Para isso, as marcas precisam pensar em:

  • Dar acesso e participação em experiências e comunidades exclusivas;
  • Permitir a participação na formação de uma marca ou produto;
  • Recompensar o usuário adequadamente por lealdade a uma marca;
  • Ter produtos de proveniência infalsificável e permitir que a garantia destes seja reivindicada para os produtos adquiridos, aumentando assim o valor de revenda desses produtos;
  • Disponibilizar o status social do usuário dentro da comunidade da marca e até mesmo além do seu ecossistema.

Essas são algumas entre muitas possibilidades, porque a lista pode ser bem extensa. O lance aqui é a experimentação, permitindo levar hipóteses para o mundo e estudando para ver como as pessoas reagem. Então, assim, eles se adaptam. Essa é a beleza da mudança. É ir muito além da utilidade e investir na construção coletiva da marca.

Construção de marcas

Uma marca na web3 é transparente, participativa e de propriedade da comunidade. Além do produto, os usuários agora podem possuir parte da marca, parte da história, parte da cultura que ajudam a criar. Isso é pertencimento e muda a forma como as comunidades de clientes são gerenciadas e como o valor do produto é criado e compartilhado.

Isso também requer a construção de relacionamentos entre as marcas, as comunidades e os criadores. Muitas vezes, os membros das comunidades se tornam parte da geração de valor por meio da cocriação, dos collabs, e essas comunidades podem ser gerenciadas, incentivadas e recompensadas por meio de ferramentas baseadas na tecnologia blockchain e podem até ser organizadas de forma descentralizada, como é o caso das chamadas DAOs.

Então, quais são os desafios de infraestrutura mais prementes a serem resolvidos para que tudo isso aconteça?

UX: A experiência do usuário requer de todos nós que possamos pensar em como podemos tornar a experiência web 3.0 mais fácil, suave e direta e como podemos evitar más experiências;

Interoperabilidade: Devemos pensar também em como garantirmos que colecionáveis de marca possam ser interoperáveis entre plataformas;

Privacidade: É preciso pensar em como serão preservados os dados e a privacidade de certas transações e carteiras, quando realizadas pelo usuário.

Quando o assunto é web3, as empresas devem ter em mente, algumas questões relevantes que auxiliarão em muito nos próximos passos e na sua estratégia de negócios, como por exemplo:

  • Que utilidade dentro do meu ecossistema de marca posso desbloquear?
  • O que os clientes/usuários amam na minha marca, e como posso ampliar isso?
  • Como posso envolver e recompensar meus fãs mais leais de maneiras mais relevantes?
  • Que histórias e artefatos posso anexar aos ativos digitais que estão vinculados exclusivamente à minha marca e vão além da utilidade, para torná-los mais emocionais e pessoais?

SÃO MUITAS AS NECESSIDADES, oportunidades e desafios em torno da web3. Para isso, é preciso continuar questionando, experimentando e construindo. E ainda mais: estarmos sempre abertos às mudanças. Essa nova era da internet ainda está em produção. Claro que os desafios são enormes e muita coisa ainda precisa ser discutida e desenvolvida sobre esta tecnologia. Mas apesar dos desafios, os benefícios superam – e muito – todas essas dificuldades.

Você vem junto nessa?

Crédito da imagem: Shutterstock, com inteligência artificial

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Colunista

Colunista Eduardo Paraske

Eduardo Paraske

Eduardo Paraske

Eduardo Paraske é co-fundador e sócio da Deboo e 1601 - Consultoria. Tem mais de 16 anos de experiência em multinacionais, como Google, Waze, Samsung, Unilever, Roche Pharmaceuticals e Outback Steakhouse. Além disso, é mentor de startups pelo Google for Startups.

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