Melhores para o Brasil – 2022
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A crença de Bruno Imbrizi de que uma empresa tem que questionar o porquê de sua existência mudou a trajetória da Chico Rei, e-commerce de camisetas com estampas criativas que fundou em Juiz de Fora (MG). A empresa passou a adotar diversas ações para levar valores socioambientais, como o uso de algodão com selo Better Cotton Initiative, que luta por menores impactos ambientais e por relações justas de trabalho na cadeia produtiva, além de produzir estampas sem insumos tóxicos e encaminhar sobras de tecido para cooperativas locais transformarem em novos produtos.
O impacto também está na escolha dos colaboradores. “Hoje, um terço de nossa equipe de costureiros é formado por presidiários. Oferecemos a eles capacitação e, com isso, contribuímos com a sua ressocialização”, explica Lucas Carnicelli, diretor de RH.
Para Fábio Regis de Albuquerque, um dos fundadores do Sítio Barreiras, que produz frutas com agricultura ecológica no Ceará e na Bahia, o impacto surge do equilíbrio entre produção, meio ambiente e pessoas desde a produção das mudas até o beneficiamento das frutas. “Adotamos uma gestão humanizada, que prepara os colaboradores para que cada um cumpra seu papel, diminuindo ações de comando-controle.”
Ele destaca outros projetos, como o apoio à formação de caráter na educação infantil feito na Associação para a Formação do Caráter no Cariri (AFCC), em Juazeiro do Norte (CE). O Barreiras está ampliando seu laboratório de biotecnologia, com foco no manejo biológico de pragas e doenças e na criação da área de RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) para conservação em caráter perpétuo de ambientes naturais em 300 hectares no sul da Bahia.
O impacto socioambiental também faz parte da cultura da Drogaria Ultra Popular, de Primavera do Leste (MT). Na visão de sua proprietária, Carol Barros, seus pilares são forjados pelo exemplo, engajando as lideranças no processo. Ela acredita nas parcerias com o poder público e desenvolve suas principais ações sociais a quatro mãos, como o apoio a escolas de alfabetização em bairros afastados e espaços esportivos para crianças carentes.
A fintech Cora nasceu em 2020 com o propósito de fortalecer pequenos negócios e provocar impacto positivo na sociedade. “Não temos programas, mas sim práticas que começam na liderança e transcendem para toda a organização”, diz Gustavo Viegas, CHRO da Cora. Vários rituais transmitem a importância da comunicação aberta e com espaço para a participação de todas as pessoas. “Não concebemos um ambiente organizacional em que informações são privilegiadas a grupos ou pessoas específicas”, diz.
Na Cora, o engajamento está conectado à forma de motivar os times. Viegas cita o autor Daniel Pink e o livro Drive como referência dos três pilares da motivação: maestria ao tomar decisões e lidar com atividades; autonomia na execução; e propósito para perseguir objetivos. Viegas admite que não é fácil, pois nem todos estão preparados para tamanho grau de autonomia.
Na Neoway, especializada em soluções de big data e inteligência artificial, um dos principais desafios é fomentar uma cultura inclusiva de fato. “Nosso grande objetivo é ter as melhores pessoas, altamente engajadas, em uma cultura forte de diversidade, resultados e alta performance”, define Michele Martins, responsável pela área de gente e gestão da empresa.
Para haver uma relação de ganha-ganha, a empresa se empenha em proporcionar ao colaborador uma jornada de experiência que envolva pertencimento e entrega baseada em três pilares fundamentais: carreira, desempenho e desenvolvimento, foco de três programas que se complementam.
“Mudamos o que somos, mudamos a nossa realidade e continuamos crescendo para aumentar o impacto da nossa mudança no mundo”, diz Martins.
Com grande presença no estudo da Humanizadas, o conjunto das PMEs demonstram os benefícios de alinhar as estratégias de negócio ao propósito e ao impacto na sociedade.
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