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Tecnologia e inovação

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O equilíbrio entre aceleração tecnológica e as limitações humanas

A tecnologia pode ser uma aliada poderosa para todos os desafios de aprendizado, mas não é uma solução universal. É preciso encontrar maneiras de capacitar as pessoas de forma eficaz, com ajuda da tecnologia, mas respeitando os ritmos naturais de cada um

Colunista Luiz Alexandre Castanha

Luiz Alexandre Castanha

31 de Outubro

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Artigo O equilíbrio entre aceleração tecnológica e as limitações humanas

Vivemos em uma era de avanços tecnológicos vertiginosos, onde a informação e o conhecimento fluem em uma velocidade sem precedentes. A rápida adoção de aplicativos que conquistam milhões de usuários rapidamente, como o Threads da Meta, ilustra a intensa aceleração do mundo digital.

A nova rede social de Mark Zuckerberg chegou à incrível marca de 100 milhões de usuários em apenas cinco dias! Somente como efeito de comparação, o TikTok levou nove meses, o Instagram dois anos e meio e o Facebook mais de quatro anos, segundo dados da PwC e do Yahoo!.

Essas pesquisas indicam que essa celeridade é uma realidade inegável, refletindo a disseminação veloz de conhecimento e a adesão das pessoas às novas tecnologias em conjunto com a síndrome FOMO (fear of missing out, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”).

Caracterizada pela necessidade constante que uma pessoa tem de estar informada a todo momento e não querer ficar de fora do que acontece no mundo lá fora, pode gerar até medo e ansiedade quando, por algum momento, uma pessoa imagina perder algum acontecimento importante.

No entanto, por trás desse comportamento, existe um dilema intrigante: como conciliar a crescente demanda por aprendizado acelerado com as limitações inerentes à natureza humana?

Assim como os aplicativos que buscam conquistar usuários em um piscar de olhos, as empresas enfrentam a pressão de capacitar seus colaboradores com rapidez para se manterem competitivas em um ambiente de negócios em constante transformação. Métodos como o microlearning e o uso de inteligência artificial (IA), incluindo aplicativos populares como o WhatsApp, emergem como soluções para acelerar o processo de aprendizagem.

Mas, apesar dos avanços tecnológicos e das metodologias inovadoras, é fundamental reconhecer as limitações inerentes ao aprendizado humano. Certos conhecimentos, especialmente aqueles que demandam profundidade e estruturação, não podem ser assimilados rapidamente.

Tome, por exemplo, o curso de odontologia, que hoje requer anos de estudo intensivo. Embora tecnologias e ferramentas auxiliem, há um limite para a velocidade com que se pode absorver um grande número de informações complexas.

Para encontrar um equilíbrio, a especialização e a segmentação do conhecimento se tornam fundamentais. Ao dividir o aprendizado em partes mais gerenciáveis e especializar-se em áreas específicas, podemos otimizar a aprendizagem. Isso permite que profissionais, como o dentista, se concentrem em aspectos específicos de sua profissão – como a ortodontia, por exemplo – e alcancem maior profundidade em menos tempo, aprofundando o aprendizado de forma mais eficaz.

E a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo. Ferramentas como o ChatGPT e um chatbot de WhatsApp podem fornecer informações específicas e imediatas, facilitando a absorção rápida de conhecimento.

É importante reconhecer que, embora a tecnologia seja uma aliada poderosa, não é uma solução universal para todos os desafios de aprendizado. Mas a inclusão de pílulas de conhecimento imediato pode facilitar o acesso a informações essenciais de maneira ágil.

A busca por um equilíbrio entre a aceleração tecnológica e as limitações humanas é a chave para o sucesso. É nosso desafio encontrar maneiras de capacitar as pessoas de forma eficaz, aproveitando a tecnologia como aliada, mas sempre respeitando os ritmos naturais de aprendizado. Nesse equilíbrio, encontraremos o caminho para um futuro mais promissor e harmonioso.

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Colunista Luiz Alexandre Castanha

Luiz Alexandre Castanha

Luiz Alexandre Castanha é CEO da NextGen Learning, administrador de empresas com especialização em gestão de conhecimento e storytelling aplicado à educação, coautor do livro Olhares para os Sistemas.

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