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Nossa chance é o CSE, o engajamento corporação–startup

Bruno Rondani

22 de Maio

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Artigo Nossa chance é o CSE, o engajamento corporação–startup

Surgem os primeiros levantamentos sobre o que se denomina “corporate startup engagement” (CSE), em que grandes empresas se abrem para o relacionamento com startups, e vice-versa, na busca por inovação. É uma revolução nos modelos de inovação e empreendedorismo, inclusive no Brasil. 

Baseados em um estudo com mais de 800 corporações e 4,5 mil startups, e mais de 3,2 mil contratos estabelecidos nos últimos três anos, vemos quatro grandes grupos de relacionamento:

O relacionamento de posicionamento aponta que as grandes empresas interagem com comunidades ou grupos de startups sem compromisso direto com seu negócio ou com o das startups. As companhias priorizam o fomento e o reconhecimento das oportunidades geradas pelas startups em troca da informação sobre projetos e iniciativas.

Em relacionamentos de plataformas e parcerias, as companhias se abrem para as startups utilizarem seus recursos, facilitando o desenvolvimento destas no modelo de parcerias ou como plataforma para startups. Como exemplo, a IBM aplica largamente o modelo de voucher de serviços e tecnologia no Brasil. Já a Accenture criou o Up Innovation Lab, facilitando o encontro de startups com seus clientes, enquanto a Matera Systems lançou um programa que oferece a fintechs a utilização de sua plataforma tecnológica  para que viabilizem seus produtos rapiamente e se tornem clientes ao captar investimento. 

Já no grupo de relacionamentos de desenvolvimento de fornecedores, as grandes empresas interagem com startups visando cultivar fornecedores novos e inovadores, seja para fazer atividades conjuntas de pesquisa e desenvolvimento (em que as grandes oferecem recursos para as equipes de startups criarem novos produtos que possam ser adquiridos ou utilizados por elas), seja por interesse em usar a tecnologia das startups em seus próprios produtos ou processos produtivos internos.

Nesse caso, destacam-se os programas de setores regulados, em especial o de energia, em que empresas como Cemig, Eletropaulo, Enel e Comgás utilizam recursos destinados a P&D para financiar projetos com startups. Há também iniciativas como a da Natura Startups, programa que conecta empreendedores com diretores e vice-presidentes executivos para que possam apresentar suas soluções e desenvolver projetos em parceria com a empresa, e o b.Connect, da BRF, que disponibiliza sua cadeia de valor buscando validar e testar essas soluções.

Por fim, há o relacionamento de investimento em equity, o mais profundo de todos, em que a grande empresa se torna sócia da startup. O nível de participação e controle pode variar bastante. Algumas empresas têm optado por usar fundos de investimento de gestoras independentes para participar do capital das empresas de forma indireta, como é o caso de Algar Ventures, Monsanto, Banco do Brasil e Microsoft, que investem via fundo BRStartups. Inovação nunca foi algo fácil. O Brasil nunca esteve à frente em termos de inovação. Agora, com a ação bem-sucedida desse ecossistema de CSE, e algum empurrão da crise, vemos pela primeira vez uma movimentação promissora.

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Autoria

Bruno Rondani

CEO e fundador do movimento 100 Open Startups, principal plataforma de conexão entre startups e grandes empresas no Brasil. Também é professor da FIA e vem da área de investimentos.

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