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Frutos do coworking: empresas crescem após passar por espaços de trabalho compartilhados

Diálogo Logística, com sede em Porto Alegre, por exemplo, dividiu o escritório por cinco meses e hoje cresce em média 100% ao ano

04 de Outubro

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Artigo Frutos do coworking: empresas crescem após passar por espaços de trabalho compartilhados

O número de coworkings é crescente no Brasil. Esses ambientes de trabalho compartilhados representam menos custos para as empresas, além de propiciar networking e troca de ideias. Segundo a pesquisa “Censo Coworking Brasil 2018”, realizada pelo Coworking Brasil, em 2015, eram apenas 238 espaços no país. Em 2018, esse número chegou a 1,1 mil, o que representa um aumento de 48% só no último ano. Os coworkings movimentam R$ 127 milhões e tem a circulação de 214 mil pessoas, além de gerar 7 mil empregos diretos. 

Todos os setores que buscam inovação podem se beneficiar de ambientes de coworking, mas, destaca-se neste aproveitamento, o universo das empresas de tecnologia, sendo um dos que mais utiliza este formato, dado do dinamismo das relações no setor. 

É o que afirma Silvio Kotujansky, vice-presidente de mercado da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que gerencia o programa LinkLab, laboratório de inovação aberta em formato de coworking. “O LinkLab aproxima grandes empresas tradicionais, com desafios de inovação, de startups que podem ajudar a acelerar este processo de inovação, além de promover mudanças no mindset de gestores dessas grandes empresas. Não se pode tratar uma empresa inovadora como uma organização tradicional, o movimento atual é justamente o inverso: empresas tradicionais buscando se aproximar mais do perfil de startups, como as patrocinadoras do LinkLab”, comenta Silvio. 

“A diversidade é uma das principais vantagens de ambientes de colaboração como coworkings, pois proporciona muito networking, acesso a novos conhecimentos e talentos, além de estimular a geração de negócios, a aproximação de empresas e mesmo o impulsionar o crescimento de startups, que depois acabam abrindo suas próprias sedes”, acrescenta.

O Censo Coworking Brasil 2018 mostra que a metade dos coworkers ficam em média entre três meses e um ano (48%) nestes ambientes. É o caso da Diálogo Logística, com sede em Porto Alegre. A empresa começou em um coworking em março de 2015. Os sócios optaram pelo espaço compartilhado pelos custos mais baixos e pelo ambiente de inovação e tecnologia. Mas, depois de ocuparem uma sala por cinco meses, a empresa cresceu além da capacidade do ambiente e tiveram que procurar um local próprio para poder receber fornecedores e clientes. 

“Dividíamos as áreas comuns e tinha um networking bacana. Inclusive a primeira versão do nosso site foi feita por um profissional que também trabalhava no coworking. Foi uma experiência importante para que a empresa nascesse com um mindset de inovação tecnológica e compartilhamento”, afirma Ricardo Hoerd, CEO da Diálogo A empresa começou com dois funcionários no coworking e hoje, quatro anos depois, são mais de 100 colaboradores e um crescimento anual acima de 100%.

 A empresa de logística é considerada uma scale-up — classificação utilizada para companhias que registram crescimento de pelo menos 20% durante três anos e que apresentam modelo de negócios escalável e inovador. Com atuação focada na região Sul e entrega mensal de 300 mil volumes, a companhia planeja expandir nacionalmente ainda neste ano. 

De volta às origens

Assim como a Diálogo, a startup Agendor, fundada em 2012, também começou sua história em um coworking. Nos seus primeiros quatro anos de existência, passou por dois deles, ambos na cidade de São Paulo. Com os negócios crescendo e a equipe aumentando, a empresa — que oferece uma plataforma de gestão comercial e CRM (gestão de relacionamento com clientes) — se mudou para uma sede própria em 2016. 

Foi em uma casa charmosa no bairro de Pinheiros que a startup passou os últimos três anos. “Foi um período em que assumimos o controle da gestão do ambiente, o que era o nosso objetivo”, conta Gustavo Paulillo, CEO do Agendor. Manter um espaço individual, no entanto, tem seu preço. “Contratamos um profissional para cuidar da área administrativa da empresa, e logo a manutenção da sede passou a consumir 60% do tempo dele”, diz Paulillo.

Diante da situação, a opção do Agendor foi voltar às origens. Em junho, a startup se instalou na sua quarta sede: uma das unidades da rede de coworkings WeWork. “O segmento de coworkings se profissionalizou nos últimos anos. Os espaços são pensados para serem locais de trabalho, o que nos deixou muito confiantes para fazer a mudança”, avalia Paulillo. Além disso, uma vantagem de escolher uma rede é a possibilidade de os 25 colaboradores da empresa realizarem parte das suas atividades em outras unidades - às vezes mais próximas de suas casas, por exemplo.

 Esse é um diferencial para o Agendor, que vem flexibilizando a jornada de trabalho das equipes nos últimos meses. Os desenvolvedores do time, por exemplo, podem atuar em home office praticamente durante a semana inteira.

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