
Tecnologia e inovação
24 Novembro | 2023
De superapp a sistema operacional, WhatsApp amplia oportunidades de negócios
5 min de leitura
Não por acaso, mesmo antes da pandemia, bancos e financeiras já estavam reforçando suas operações via Internet com amplo destaque. Ainda assim, o fato é que a crise gerada pela Covid-19 trouxe uma nova demanda de transformação digital, com exigências muito mais abrangentes do que imaginávamos até pouco tempo.
É possível dizer que o cenário atual escancarou a necessidade de reavaliar o foco da inovação, saindo da perspectiva de criação de produtos para a consolidação de uma proposta mais Customer Centric, com as operações alicerçadas diretamente na experiência dos clientes. Isso fica claro quando notamos o avanço dos canais de autoatendimento à disposição dos consumidores.
Estudo publicado pela AppsFlyer em abril deste ano ranqueou o Brasil como o terceiro país do mundo em que os consumidores mais instalam aplicativos financeiros para realizar operações. Para se ter uma ideia, cerca de 8,5% do que é instalado em dispositivos móveis está relacionado ao setor financeiro, índice maior do que dobro da média global.
A migração para o celular, aliás, é um exemplo bastante relevante desse processo de mudança. Inexistente há algumas décadas, o contato via smartphone representa uma grande oportunidade para a venda de novos serviços e para a fidelização dos consumidores. Estima-se, por exemplo, que o usuário brasileiro gasta três horas em média por dia em aplicativos de smartphones, utilizando ativamente por volta de 30 deles, de acordo com números divulgados pela App Annie. Isso torna este campo um importante canal para contratação de produtos e transações financeiras, o que inclui investimentos, seguros e depósitos virtuais.
Para permitir essa transformação, o setor financeiro tem investido cada vez mais em novas tecnologias como Inteligência Artificial, Automação de Processos, Blockchain e Internet das Coisas. Segundo o Gartner, com a pandemia, os gastos com tecnologia por parte de bancos e corretoras possam sofrer um recuo em torno de 4,7% este ano. Contudo, a previsão é que em 2021 o investimento do segmento volte a crescer 6,6% no mundo. O momento, portanto, é de buscar por soluções que elevem a capacidade de sustentação e otimização da cadeia bancária, no preparo para a recuperação.
É preciso salientar, entretanto, que as mudanças não estão sendo causadas apenas pela pandemia. A crise da Covid-19 apenas acelerou um movimento de mudança que já estava começando e que agora foi intensificado. Até porque, é bom frisar, estamos prestes a inaugurar a era do Open Banking, modelo estabelecido pelo Banco Central e que prevê o compartilhamento de dados e serviços por meio da abertura e integração de sistemas das instituições financeiras e bancárias. Parte desse pacote chegou em novembro, com o início do sistema de pagamento instantâneo PIX às transações financeiras de todo o Brasil.
Teremos agora uma expansão contínua de ofertas do mercado, que irão aumentar, inclusive, a concorrência do setor, uma vez que novas empresas poderão entrar no segmento bancário. É esse impulso que tem gerado o surgimento de novas fintechs e bancos digitais, com a proposta de ressignificação dos conceitos de agência, de pagamento e de transação financeira. O Open Banking, em outras palavras, criará um modelo de trabalho em ecossistema, que permitirá adicionar novas funcionalidades à cadeia.
Diante disso, é fundamental que os atuais players do mercado – assim como os postulantes à entrada no segmento – invistam em parcerias com especialistas e provedores de transformação digital que já conheçam de fato esta área, que é altamente regulada.
São esses parceiros que podem simplificar a capacidade de inovação das instituições financeiras, ampliando a capacidade de repensar as arquiteturas de tecnologia. O objetivo deve ser somar a experiência em TI e transformação desses fornecedores, posicionando-os como facilitadores de negócios. A mudança está acontecendo e continuará de maneira ininterrupta. O que não significa dizer, evidentemente, que a missão principal de um banco deixará de ser ceder crédito – e para isso, essas empresas precisarão sempre analisar riscos de forma eficaz.
A realidade é que os riscos também mudam conforme a sociedade se transforma – e hoje, além de serviços financeiros, as empresas da área bancária também precisam otimizar o relacionamento diário com os consumidores, oferecendo um mix de serviços e recursos capaz de gerar impacto e ampliar a relevância de suas operações para muito mais do que a simples relação de caixa bancário. Empresas bem sucedidas do setor financeiro serão as que tiverem capacidade de se transformar de forma rápida, oferecendo serviços e crédito com agilidade e a partir do uso eficiente de tecnologias que podem ajudar na análise, acompanhamento e atendimento aos clientes.
Das agências tradicionais ao Open Banking, empresas financeiras e bancos precisam se ajustar para estarem conectados a um novo ecossistema, em uma atmosfera sustentável, integrada e convidativa, com eficiência para atender todas as pessoas de forma muito mais proativa, completa e integrada. Quem antes investir em tecnologia e em serviços de TI conseguirá acelerar a jornada de transformação e de geração de receitas, posicionando-se muito à frente da concorrência.
Diretora executiva para o segmento financeiro da Qintess, especialista em tecnologia com formação na Business School na Universidade de Oxford e no Massachusetts Institute of Tecnology
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