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Tecnologia e inovação

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Como a gamificação aprimora a jornada do colaborador

Aplicação da metodologia é uma das tendências de capacitação e desenvolvimento para o pós-pandemia

Paulo César Teixeira

04 de Novembro

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Artigo Como a gamificação aprimora a jornada do colaborador

Em tempos de home office, as empresas têm buscado um número crescente de instrumentos para assegurar a conexão com os colaboradores e mantê-los engajados. Uma das opções é a gamificação, alternativa que qualifica a capacitação e o desenvolvimento do time, ao mesmo tempo que promove momentos de interação, entretenimento e aprendizagem.

O uso da metodologia em si não é novo. Mas tem ganhado força desde o início da pandemia e já se mostra como tendência para o período posterior à covid-19. “É uma ferramenta que fornece mecanismos e técnicas de design de jogos para ajudar as empresas a atingirem seus objetivos de forma lúdica, inovadora, colaborativa e muito atraente, seja para fins de aprendizagem ou para fidelização de clientes e reforço da marca”, explica Eliane Dilinski, gerente de operações de games & conteúdos na LG lugar de gente.

Plataformas de EAD

Dilinski cita o exemplo das plataformas usadas para o ensino a distância. Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês) já contam com recursos de gamificação capazes de gerar maior estímulo para os colaboradores. “É uma espécie de competição, onde os colaboradores ganham pontos que poderão ser trocados por brindes ou qualquer outro tipo de benefício não financeiro”.

Esses atributos adicionais, por sinal, podem ser valorizados no momento em que o funcionário vai participar de programas de mobilidade interna, na concessão de bolsa de estudos e em programas de intercâmbio. “Não está descartado ainda utilizá-los até mesmo como um dos critérios para reconhecimentos financeiros”, acrescenta a executiva.

Menos custos, mais produtividade

Para as companhias, a diminuição de custos é uma das vantagens da aplicação da gamificação na montagem de programas de desenvolvimento – haja vista que capacitações presenciais são mais dispendiosas por abranger logística, facilitador, coffee breaks, almoços, materiais de apoio, deslocamento de colaboradores etc.

Esse é um benefício percebido muito rapidamente pelas empresas, mas há também aumento de produtividade através da organização de trilhas de aprendizagem, com avaliações realizadas ao final de cada módulo. Para os colaboradores, fica a comodidade de realizar o treinamento de qualquer lugar e no melhor horário de suas agendas. É importante ressaltar que, quanto mais customizada a solução gamificada, melhores serão os resultados atingidos.

Como mensurar resultados

Cabe perguntar: após a implementação da ferramenta, as empresas têm como mensurar os resultados das ações? A resposta é afirmativa. O retorno acontece, por exemplo, mediante feedbacks recebidos em fóruns online. Outra forma de aferição se dá através da avaliação de relatórios gerados com os resultados individuais dos colaboradores que participaram do game.

A partir desses relatórios, a empresa poderá criar planos de ações, como reunir todos os colaboradores que apresentaram determinado gap para novas capacitações. “O ponto de atenção é a empresa manter monitoramento constante, bem como incrementar seus programas online com novos temas e novos games, refinando cada vez mais os resultados esperados”, complementa Dilinski, da LG lugar de gente.

A aplicação da gamificação também tem efeitos na saúde do quadro de colaboradores. Já há um consenso de que a covid-19 trouxe diversos problemas de saúde mental para a população, submetida a medidas de isolamento social. Neste cenário, as empresas que desenvolvem programas, incluindo games, conseguem proporcionar uma ação lúdica que ajuda a desviar a atenção para uma atividade prazerosa, apoiando o equilíbrio emocional.

Ao mesmo tempo, não parece haver dúvidas de que as iniciativas geradoras de bem-estar no ambiente de trabalho fazem bem à saúde dos negócios. Afinal, como demonstrou um estudo divulgado em 2019 pela Universidade da Califórnia, o trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% a mais em comparação com outros.

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Autoria

Paulo César Teixeira

É jornalista, colaborador de HSM Management e MIT Sloan Review Brasil, autor dos livros Esquina Maldita e Rua da Margem - Histórias de Porto Alegre, além de editar o portal do Rua da Margem.

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