
04 Dezembro | 2023
A mensagem do HSM+ para os líderes de 2024
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“O analfabeto do século 21 não será quem não souber ler e escrever, mas quem não souber aprender, desaprender e reaprender”, afirmou o futurista norte-americano Alvin Toffler (1928-2016). Saber aprender é determinante na sociedade contemporânea.
No mundo corporativo, este tema ganhou renovada ênfase com rubricas como “Lifelong learning” (habilidade de manter o ímpeto por aprender no curso da vida) e, mais recentemente, “learnability” (habilidade em aprender). Já existe, inclusive, um software que avalia o “quociente de aprendizagem”: Learnability Quotient (LQ). Desenvolvido pelo Manpower Group em parceria com a Hogan Assessments – líder em avaliações de personalidade –, o LQ demonstra como a capacidade de ser “ensinável” é um poderoso diferencial de carreira. Jonas Prising, diretor do Manpower Group, chega a afirmar que a capacidade de aprender bem e rápido é o maior diferencial que um profissional pode ter hoje.
“Aprendizagem” é definida pelo grupo como: “o desejo e a capacidade de rapidamente crescer e adaptar um conjunto de capacidades que possuímos, de modo a mantermo-nos empregáveis ao longo do período da vida em que estivermos ativos no trabalho”.
Três obstáculos podem ser identificados no caminho do aprendizado:
O primeiro é a falta de foco: o excesso de informações pode ser tão ou mais nocivo que a falta de informações. A noção de que estamos “afogados em informação, mas famintos por conhecimento” (John Naisbitt) já é quase um clichê – mas não deixa de ser verdadeira.
Um segundo obstáculo ao aprendizado é a falta de vontade: há profissionais simplesmente preguiçosos. Há indivíduos acomodados em determinados postos de emprego que simplesmente se tornarão obsoletos – empregos, atividades e setores econômicos inteiros que deixarão de existir em pouco tempo. É necessário comprometimento e um contínuo aperfeiçoamento de conhecimentos.
Um terceiro obstáculo é a falta de método: os conhecimentos não se organizam sozinhos, precisam ser sistematizados. Estudar e aprender são tarefas árduas. É necessário selecionar as melhores oportunidades, filtrar os conteúdos que serão assimilados, levar o aprendizado à sério.
Victor Marinho, diretor de RH do Banco Bradesco, afirmou que os profissionais precisam compreender que a dinâmica do aprendizado é semelhante ao movimento pendular: de um lado está o quanto o profissional aprende, do outro lado está o quanto o profissional gera de valor com o conhecimento aprendido. A ideia-chave de Marinho é: o quanto você gera de valor é sempre proporcional ao quanto você aprende.
Bernabé Tierno (1940-2015), psicólogo e pedagogo espanhol, afirmou na obra “As melhores técnicas de estudo” (Martins Fontes) que o interesse facilita a aprendizagem, porque aumenta o rendimento e diminui o cansaço: “a experiência confirma-nos que a espontaneidade não é suficiente para educar; é preciso despertar e manter o interesse e a curiosidade intelectual”.
Até meados do século 20 os diplomas técnico-universitários eram suficientes para a estabilidade profissional. O cenário de competitividade crescente do início do século 21 exige uma completa mudança de mentalidade profissional. O novo profissional precisa conservar as qualidades de um bom aluno. Aprender é trabalhar. E como afirma um provérbio persa: “Um aprendiz torna-se um mestre mais tarde”.
Davi Lago e Augusto Jr
Davi Lago é professor e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP e autor do best-seller em produtividade "Formigas" (Editora MC). Augusto Jr é diretor executivo do Instituto Anga e professor convidado da Fundação Dom Cabral.
Eles escrevem mensalmente para a coluna Perspectivas de carreira.
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