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Tecnologia e inovação

2 min de leitura

Agroecologia high tech é possível? Parte III

O Brasil tem tudo o que precisa para continuar na vanguarda do setor. Será?

Colunista Ulisses Ferreira de Oliveira

Ulisses Ferreira de Oliveira

30 de Agosto

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Artigo Agroecologia high tech é possível? Parte III

Você que acompanhou esta série de artigos e leu a parte I e a parte II pôde ver o quanto o agronegócio brasileiro cresce no setor tecnológico, com inovações promovidas por startups ligadas ao agro e também o quanto a agroecologia está ganhando cada vez mais adeptos em todas as camadas da sociedade.

Indo diretamente ao ponto e respondendo à pergunta que deu origem a essa trilogia - o futuro do agro é tech ou ecológico? - acredito que o futuro é uma união complexa das duas realidades, que se complementam. 

Quer ver só um exemplo? Além de uma produção maior, o aumento do consumo de alimentos no mundo também amplia a demanda por produtos seguros, saudáveis e sustentáveis. Portanto, é sobre uma coisa E outra. E não uma OU outra.

Essa coexistência não deveria ser motivo de discórdia e disputas para o agronegócio brasileiro. Na verdade, deveria ser fonte de direcionamento de marca, uma vez que nos ajuda a mostrar que somos capazes de produzir alimento saudável, seguro, sustentável e em quantidade suficiente para suprir a demanda. 

O Brasil tem uma grande oportunidade de continuar sendo um dos principais players mundiais do setor alimentício e, ao mesmo tempo, seguir gerando desenvolvimento econômico e social. 

Futuro 

Como ser competitivo, produtivo, produzindo alimentos saudáveis e sustentáveis para a nossa população e ainda excedentes para a exportação, tão importante para o nosso país? Essa pergunta já encontra respostas em diversas propriedades geridas com uso de tecnologia e com a aplicação dos princípios agroecológicos. Propriedades que já entenderam que a capacidade de dar saltos de produtividade não importa se não houver aderência às necessidades do consumidor, que é quem dita as regras.

O desafio para os profissionais do agronegócio nos próximos anos é fazer com que essas tendências possam se encontrar e deixar de lado visões puramente ideológicas, sendo pragmático no sentido de buscar resultados ainda mais pujantes para o setor rural e a sociedade como um todo.

É preciso cada vez mais interligação com o mercado, entendendo que o setor produtivo não deve querer impor suas práticas, mas sim entregar o que o consumidor espera, tendo-o como o eixo das decisões. 

Vejo nosso agronegócio tão rico e complexo como é nossa nação. Uma abundância de fauna, flora, água, clima, culturas, capital intelectual, entre outras coisas que potencializam o agro brasileiro. 

Produzimos em áreas no semiárido, no cerrado, na floresta, em regiões planas e montanhosas, temos índios e comunidades extrativistas, produção artesanal e grandes complexos agroindustriais com cadeia produtiva totalmente integrada. 

Há ainda agricultores familiares, propriedades de médio porte, grandes produtores e grupos empresariais investindo no campo, além de tecnologia e mão de obra para essa produção. Não nos falta nada. Ou melhor, falta. Falta só aproximarmos cada vez mais tecnologia e agroecologia, capacitando e profissionalizando produtores, para seguirmos na vanguarda do setor.

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Autoria

Colunista Ulisses Ferreira de Oliveira

Ulisses Ferreira de Oliveira

Técnico Agrícola e administrador, especialista em cafeicultura sustentável, trabalhou na Prefeitura Municipal de Poços de Caldas (MG) e foi coordenador do Movimento Poços de Caldas Cidade de Comércio Justo e Solidário. Ulisses é consultor de associações e cooperativas e certificações agrícolas.

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