
Desenvolvimento pessoal
27 Junho | 2023
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6 min de leitura
Seguindo nossa reflexão sobre autoconhecimento e a coragem de permanecer real, sendo você mesma(o), me lembrei de falas de uma escritora nigeriana que adoro, Chimamanda Ngozi Adichie, que versa sobre o poder e a importância das histórias:
“A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira, mas que são incompletos... As histórias importam. Muitas histórias importam. As histórias foram usadas para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar. Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar essa dignidade despedaçada”.
E me peguei pensando sobre as histórias que conto sobre mim e que são contadas sobre mim! E você, já pensou sobre isso? Nossa história é dinâmica, como a vida em si. Parar para pensar sobre ela, se apropriando de suas luzes e sombras, pode ser um exercício poderoso.
Segundo a autora e professora americana Debbie Ford, o conflito entre o que somos e o que queremos ser encontra-se no âmago da luta humana. A dualidade, na verdade, está no centro da experiência humana. Se sabemos o que é coragem é porque experimentamos o medo. Se sabemos o que é alegria é porque experimentamos a tristeza. Se sabemos que o ponto forte é porque experimentamos o ponto fraco.
Reconhecer nossa natureza dualista e sustentar as polaridades em nossa vida pode ser extremamente poderoso. Limitar a sua história a apenas uma perspectiva pode ser muito redutor. Acredito que reduzir perspectivas sobre nós mesmas(os) pode ser um dos fatores que podem contribuir para uma insatisfação permanente com a nossa vida.
A pergunta que fica viva em mim neste momento é: será que a história que conto sobre mim, e, as histórias que contam sobre mim expressam plenamente meus valores? A história que você conta sobre si expressa a pessoa real que você é? Acredito que para termos uma vida plena é preciso prestar atenção ao que sentimos, ao que fazemos os outros sentirem, olhar ao redor, estabelecer parcerias que nos permitam dar o nosso próximo passo possível em direção ao desenvolvimento.
Nas empresas, muitas vezes através de avaliações de desempenho, feedback, entre outros, contamos histórias das pessoas... Únicas? Diversas? Estagnadas no tempo como se fosse possível “congelar” a vida?
Como você se vê? Como enxerga suas pessoas? Está deliberadamente atuando para impulsionar as pessoas à sua volta?
Se atua em uma posição de liderança, tem fomentado que as pessoas se sintam capazes de compartilhar seu conhecimento, preocupações, questões, erros e ideias ainda embrionárias? A pesquisadora da Harvard University, Amy C. Edmondson, discorre sobre o que é preciso para prosperar em um mundo complexo e incerto:
“Hoje, em muitos locais de trabalho, as pessoas estão se travando com muita frequência – relutantes em dizer ou perguntar algo que possa de alguma forma fazê-los parecer desqualificados. Para complicar as coisas, ao mesmo tempo, as companhias se tornam cada vez mais globais e complexas, o trabalho tem se baseado mais em atividades de equipe. Os empregados de hoje, em todos os níveis, gastam 50% a mais tempo colaborando do que há 20 anos. Contratar talentos individuais não é mais suficiente. Eles têm de ser capazes de trabalhar bem juntos.”
E, para que trabalhem bem, as equipes precisam de complementariedade. Complementariedade pressupõe diversidade. Neste ponto proponho uma reflexão.
Reconhecer que o contrato social de trabalho mudou e que diversidade e inclusão são imperativos de nosso tempo, me faz pensar em como podemos a cada dia “furar as bolhas” que vivemos, ampliando perspectivas através do convívio com pessoas que, por natureza e beleza da vida, são diferentes.
Proponho que faça uma reflexão pessoal neste momento. Pense em suas cinco melhores amizades...
Muito provavelmente você se deu conta, assim como eu quando fiz este exercício alguns anos atrás, que seus amigos são bem homogêneos e muito parecidos contigo. A boa notícia é que estar consciente disso te dá oportunidade de fazer novas escolhas, de abrir novos caminhos. E agora, tente fazer o paralelo desta reflexão para a sua equipe de trabalho.
E se você ocupa uma posição de liderança:
Recentemente, tive o prazer e privilégio de assistir pela segunda vez uma aula do professor de estratégia e governança da HSM Educação Corporativa, Luis Lobão, que compartilhou que, para sermos líderes adaptágeis, precisamos:
Como poderemos atingir este objetivo se nossas equipes não forem as mais diversas possíveis? Se nós mesmos não abraçarmos a aprendizagem contínua como forma de seguir perpetuando nosso valor e nossos valores? Para fechar esta segunda reflexão, pergunto para mim mesma e para você:
Você tem tido equidade de oportunidades? Tem promovido equidade de oportunidades para todas e todos em seus times? Com a frase atribuída a Gandhi, finalizo: seja a mudança que você quer ver no mundo.
Comunicóloga, com MBA em desenvolvimento e gestão de pessoas e especialização em pensamento complexo. Atuou em diversas empresas, entre elas Natura, Danone e ISS. Desde 2018 está como diretora de recursos humanos da Iguatemi Empresa de Shopping Centers. Professora em programas de pós-graduação e MBA e mentora de mulheres no programa Mentoria Colaborativa – Nós por Elas do IVG. Coautora dos livros Solidariedade: Depoimentos de um beija-flor – Histórias de voluntariado e de esperança, e Coaching e Formação de Liderança/Coach, publicado pelo Arvoredo. Membro de conselhos consultivos da Turma do Jiló e da Specialisterne. Casada com o artista Mauro Piva e mãe do Arthur e Nina.
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