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Em mais um texto de sua coluna, Viviane Mansi traz uma reflexão sobre a politicagem interna e suas implicações nas organizações.
Viviane Mansi
24 de Março
Eu tento abrir uma caixinha de perguntas uma vez por semana no meu Instagram.
Em geral debatemos dilemas corporativos. Um tema que é recorrente e chega despertando inquietação, ira e inconformismo é a politicagem interna.
O tema vai parar nas rodinhas de conversa e em livros, então queria fazer algumas reflexões para ampliar o debate.
Nossa atuação, em qualquer contexto, é política, pois em geral existe uma dinâmica de poder e regras – em geral não ditas – que determinam a interação de um grupo. Isso não quer dizer, no entanto, que precisamos fazer disso uma atitude que incomoda ou prejudica alguém, ou olhar a questão da política com uma conotação ruim.
Como diz Karen Dillon, num livro que compila algumas regras de sobrevivência em diferentes contextos políticos, é possível alcançar sucesso sem ser uma pessoa obstinada por poder ou ser uma pessoa alpinista corporativa – perfis que em geral se usam mais de política para criar um ambiente positivo para prosperar.
Onde é que percebemos a política se manifestando na empresa? Quando convivemos com pessoas difíceis e nos perguntamos o que ela ainda faz na empresa, quando buscamos influenciar pessoas, quando lutamos por recursos, quando percebemos que a nossa liderança tem proferidos(as), quando lidamos com panelinhas... e essa lista podia ganhar mais 10 linhas. Parece, portanto, difícil imaginar um mundo sem política. Aliás, uma pesquisa de uma consultoria inglesa chamada Revelation traz um dado tenso: 95% dos entrevistados afirmam ter sido afetados por manipulações e jogos de interesse no trabalho.
Então, o que fazer? Entre as muitas possibilidades, podemos lidar de forma construtiva, o que pode significar compreender a dinâmica entre os colegas, trabalhar em conjunto, colocar os interesses da empresa antes dos interesses do grupo ou pessoais. Parece exaustivo, mas é melhor do que usar a política como a responsável pela falta de resultados, falta de promoção, frustração.
Mauricio Goldstein e Philip Read ainda nos lembram que o jogo político muitas vezes é inconsciente, e têm consequências que realmente têm o potencial de drenar a energia e a dedicação das pessoas numa empresa.
Os autores lembram que a liderança pode ficar atenta para não facilitar os jogos. Como fazem isso? Cultivando transparência, a honestidade intelectual, espírito de equipe, comportamentos abertos, produtivos e criativos; aumentando a consciência de que os jogos existem e agem constantemente. O jogo às claras, vamos dizer sim, permite que todo mundo participe.
Por outro lado, culturas que se baseiam em hierarquias, com alta pressão, em que tudo é visto como confidencial e estão ancoradas no medo como forma de gestão, tendem a encorajam o jogo.
Seja como for, se você sente que a política interna não está fazendo bem para as pessoas, cuide de duas coisas para começar: (1) crie uma arena de debate aberto, onde todos possam ver e serem vistos, e (2) invista na comunicação direta. Os jogadores profissionais não gostam de nenhuma delas.
E, caso queira mergulhar nesse mundo, sugiro duas literaturas:
Jogos políticos nas empresas – como compreender e transformar relações e organizações, de Mauricio Goldstein a Philip Read;
Como lidar com a política no trabalho – Coleção Harvard Business Review, organizado pela Karen Dillon;
E você, conta pra gente: como tem visto e vivido o assunto?
Viviane Mansi
Viviane Mansi é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
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