Automação e digitalização: entenda como a Danone economizou mais de 7 mil horas de trabalho do rh
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A estrutura da civilização enfrenta um conjunto de mudanças profundas, rápidas e de difícil interpretação. O politólogo Sérgio Abranches afirma em seu ensaio "A era do imprevisto: a grande transição do século XXI" que há três dimensões principais nesta era de transformações:
(1) as mudanças sócio-estruturais;
(2) as mudanças científicas e tecnológicas;
e as (3) mudanças climático-ambientais.
Essas modificações alteram o mundo do trabalho como o conhecemos.
O resultado imediato é um ambiente de ampla incerteza e imprevisibilidade para o planejamento de carreiras no médio-longo prazo. Contudo, é possível identificar algumas perspectivas profissionais que se consolidaram. Alguns elementos da carreira profissional do futuro, se não estão claros, estão pelo menos bem delineados. O mais notável destes elementos é o fator humano.
Vários estudos apontam para o fim de diversos empregos que se tornarão obsoletos diante dos avanços tecnológicos. O Boston Consulting Group, por exemplo, afirmou que até 2025 um quarto dos postos de trabalho serão substituídos por máquinas. Relatório da Universidade de Oxford estima que 35% dos empregos do Reino Unido estão sob risco de automação nos próximos vinte anos. Deste modo, a pergunta-chave que o profissional contemporâneo deve fazer é: serei substituído por uma máquina?
No curso da atual revolução tecnológica, os empregos mais vulneráveis são os mecânicos, repetitivos e de baixa interação social. Hoje não são apenas os trabalhadores de fábricas que estão ameaçados diante de máquinas capazes de executarem serviços com maior destreza e velocidade.
Os funcionários que realizam serviços burocráticos e repetitivos, como escrita de relatórios e elaboração de planilhas, também são vulneráveis pois são facilmente substituídos por softwares. O site Will Robots Take My Job apresenta projeções sobre quais empregos têm mais chances de serem substituídos por máquinas. Por exemplo: dentistas têm 0% de chance de serem substituídos; juízes têm 40%; gerentes de remuneração e benefícios possuem 96%.
Por outro lado, postos que necessitam de trabalhadores com inteligência social e emocional, capacidade criativa, ideias originais, senso de humor, habilidades de negociação, são menos vulneráveis e levam vantagem em face da automação. Os profissionais deste século precisam desenvolver competências que os tornem capazes de inventar, testar e avaliar hipóteses, interagir socialmente, dominar e ensinar as máquinas.
Relatórios do Fórum Econômico Mundial, da PWC e da Future Lifelong Learning Plataform apontam pelo menos sete conjuntos de habilidades humanas que podem ser diferenciais competitivos:
Autoconsciência: capacidade de entender o que motiva, o que frustra, o que vale, o que não vale, o que tem propósito;
Pensamento crítico e integrado: capacidade de interpretar fatos, números, relatórios, cenários complexos, variáveis e perceber a conexão de assuntos que não estão diretamente relacionados;
Empatia: capacidade de entender e se conectar genuinamente com outros seres humanos;
Criatividade: capacidade de pensar novas soluções, combinar conhecimentos, gerar valor;
Inteligência emocional: capacidade de lidar com emoções e situações diversas;
Comunicação: capacidade de se expressar de maneira oral e escrita;
Assimilação: capacidade de aprender, conseguir filtrar conteúdos e transformar o conhecimento em sabedoria prática.
O mundo do trabalho está mudando drasticamente. O futuro é humano.
Davi Lago e Augusto Jr
Augusto é Diretor de Relações Institucionais do Instituto Four, Coordenador da Lifeshape Brasil, Professor convidado da Fundação Dom Cabral, criador da certificação Designer de Carreira e produtor do Documentário Propósito
Davi Lago é coordenador de pesquisa no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP, professor de pós-graduação na FAAP e autor best-seller de obras como “Um Dia Sem Reclamar” (Citadel) e “Formigas” (MC). Apresentador do programa Futuro Imediato na Univesp/TV Cultura
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